A Polícia Civil prendeu, na sexta-feira (24), dois agentes da Polícia Militar (PM) acusados de terem executado um homem foragido da Justiça por tentativa de homicídio, de 26 anos, mesmo depois que ele tinha colocado suas mãos na cabeça e não apresentava nenhum tipo de resistência.
O caso, que aconteceu em Ourinhos, no interior de São Paulo, acabou sendo registrado por câmeras de segurança, que mostraram o momento em que Murilo Henrique Junqueira está próximo de uma casa com as mãos na cabeça. Em dado momento, ele anda um pouco e, logo sem seguida, é baleado com o primeiro tiro efetuado por um dos policiais, o subtenente Alexandre David Zanete, 49 anos.
Instantes depois, o PM volta a disparar contra o jovem, que acaba caindo. Ainda na gravação, é possível notar que o outro agente, o cabo João Paula Herrera de Campos, 37 anos, se aproxima do homem, abaixa e efetua o terceiro disparo.
Depois do fato, os agentes, que não sabiam que a cena havia sido gravada, alegaram que agiram em legítima defesa, reagindo a uma ação do criminoso. Todavia, depois que as imagens foram reveladas e analisadas, a Justiça pediu a prisão temporária dos dois PMs envolvidos no caso.
Segundo Antônio José Fernandes Vieira, delegado responsável pelo caso, “com a obtenção das imagens”, percebeu-se que a “a versão apresentada pelos policiais no plantão, que teria ocorrido legítima defesa, não se sustentava”.
Polícia investiga o caso
Conforme relata a Polícia Civil, os investigadores do caso agora tentam identificar possíveis testemunhas, vizinhos da vítima, para entender o que aconteceu na ocorrência. Para o delegado, tudo indica que a prisão dos PMs será convertida de temporária para preventiva, que é a que não tem data para acabar.
“A polícia está ouvindo moradores com objetivo de identificar testemunhas presenciais. A possibilidade é grande, inclusive já identificamos algumas. Vamos estabelecer qual foi a participação de cada policial neste evento”, afirmou o delegado.
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