O agente da Polícia Militar (PM) Sauler Campos de Faria Sakalem foi denunciado, na sexta-feira (20), pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), pela prática de tortura contra o ex-governador do estado, Anthony Garotinho.
Segundo o órgão, o PM expôs o político a um “intenso sofrimento físico e mental” enquanto ele estava preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, no Rio de Janeiro. Garotinho passou 29 dias detido por suspeita de ter recebido cerca de R$ 3 milhões do frigorífico JBS por meio de contratos fraudulentos.
As agressões foram registradas na madrugada do dia 24 de novembro de 2017. Na ocasião, Sauler foi até a cela onde Garotinho estava e o agrediu com golpes de um bastão parecido com um taco de beisebol – o PM também ameaçou o ex-governador de morte.
De acordo com as investigações, Sauler entrou na cela ocupada por Garotinho com o objeto nas mãos e uma arma de fogo na cintura. Neste momento, ele ordenou que o político descesse da cama. Em seguida, ele falou que o ex-governador “gostava de falar muito” e desferiu o golpe já relatado, fazendo com que Garotinho se curvasse de dor.
Após a agressão, o policial teria pisado no pé da vítima e dito: “Só não vou te matar para não sujar para o pessoal aqui do lado”, referindo-se aos outros presos que estavam na unidade.
Perícia confirmou lesões em Garotinho
Segundo o MP, uma série de exames comprovaram as agressões praticadas por Sauler em Garotinho. Por conta disso, o PM foi denunciado acusado de ter infringido a lei que define o crime de tortura e, por isso, pode pegar uma pena de até oito anos.
“Sauler foi denunciado por infringir o artigo 1º, inciso II, d, submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo”, explicou o MP.
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