As eleições de 2022 ocorrerão com o sistema que o Brasil já está habituado há anos, ou seja, o da urna eletrônica. Isso porque, nesta terça-feira (10), o Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, em primeira votação, a PEC que buscava o retorno do voto impresso no sistema eleitoral brasileiro.
Ao todo, foram 229 votos a favor da medida e 218 votos contra – houve uma abstenção. Para ser aprovada, a PEC precisava de 308 votos, ou seja, 79 a mais do que fora conquistado. Agora, o texto que tratava sobre o tema será arquivado.
Considerada como uma derrota direta para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a rejeição da PEC já havia ocorrido em uma comissão especial, mas acabou sendo levada ao Plenário por decisão do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Ao sair da votação, Lira agradeceu o plenário da Câmara pelo o que ele chamou de “comportamento democrático de um problema que é tratado por muitos com muita particularidade e com muita segurança”. “A democracia do plenário desta Casa deu uma resposta a esse assunto e, na Câmara, eu espero que esse assunto esteja definitivamente enterrado”, disse.
Relembre o projeto do voto impresso
O projeto do Voto Impresso propunha a inclusão de um parágrafo na Constituição. Na redação, seria incluído a obrigatoriedade da expedição de cédulas físicas, que seriam conferidas pelos eleitores nos processos de votação.
A medida foi e é amplamente defendida por Bolsonaro, que apesar de dizer que o sistema eleitoral atual não é seguro, nunca provou nenhuma fraude sobre o assunto, tendo, inclusive, afirmado que não tem provas das alegações que vive fazendo.
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem subido o tom e passado a atacar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de interferir no debate sobre o voto impresso. Em algumas oportunidades, ele ameaçou que poderia passar a “atuar fora das quatro linhas da Constituição”, além de afirmar que se a matéria não fosse aprovada, as eleições de 2022 corriam o risco de não acontecer.
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