Os planos de saúde estão muito mais caros pelo Brasil. A saber, a disparada chega a quase 50%, quando considerados apenas os dados oficiais. Pelo menos é isso o que diz o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). De acordo com a entidade, a pandemia da Covid-19 figura como a principal responsável por essa expressiva elevação dos preços.
Em 2020, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu suspender os reajustes dos planos de saúde por conta das dificuldades econômicas enfrentadas por muitos brasileiros. Aliás, essa suspensão aconteceu em agosto. A ideia era que as pessoas tivessem mais facilidade de pagar essas contas naquele momento difícil, sem elevações de preços.
Mas ainda em novembro de 2020, a própria ANS decidiu que essa cobrança aconteceria de maneira diluída nos 12 meses de 2021. Então o valor que não foi cobrado em 2020, será nos doze meses deste ano. E é justamente esse reajuste retroativo que está fazendo os preços subirem absurdamente. Vale ressaltar que dados consolidados do Procon-SP indicam que há casos de alta absurda de 113%.
Em resumo, a situação está ainda pior, porque, agora em 2021, os valores aumentam puxados pelo reajuste de 2020 e pelo próprio aumento deste ano. Assim, na prática são dois aumentos no decorrer do ano. Segundo o levantamento do Idec, a alta nas mensalidade dos planos de saúde variam de 12,21% a 49,81%, em média. A propósito, a entidade realizou simulações com valores presentes no Painel de Precificação da ANS, de julho de 2020, e alcançou esses valores. “São, portanto, dados oficiais conservadores, que não refletem as históricas distorções no mercado de saúde suplementar”, destacou o Idec.
Alta dos planos
“Isso é claramente insustentável, ainda mais num cenário de crise sanitária e econômica sem data para terminar. O que os planos de saúde estão fazendo com os consumidores é cruel e injusto”, destacou a diretora executiva do Idec, Teresa Liporace.
Por fim, os usuários de planos individuais tiveram que pagar 12,21% mais caro em janeiro, na comparação com dezembro do ano passado. Por sua vez, os planos coletivos impuseram um aumento médio de 26,67% para os usuários. Já os que sofreram esse reajuste anual, somado à mudança de faixa etária, pagaram 34,99% a mais em relação aos planos de saúde individuais e 49,71% nos planos coletivos.
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