Nas últimas semanas, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem demonstrado entusiasmo por conta do bom momento da economia brasileiro. De acordo com o jornalista do canal “Globo News”, Valdo Cruz, no entanto, essa “felicidade” do petista pode acabar virando um risco para a sua própria equipe econômica.
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Assim como publicou o Brasil123, após o sucesso registrado por conta da redução de tributos para venda de carros, agora, Lula quer repetir a dose e diminuir os impostas de produtos que fazem parte da chamada “linha branca”, como geladeira e máquinas de lavar roupa, e TVs, cortando impostos para estimular vendas de eletrodomésticos.
Segundo Valdo Cruz, a ideia de Lula preocupa a equipe econômica, que hoje vem tentando encontrar formas de aumentar a receita, evitando, desta forma, que o Brasil registre um déficit nas contas públicas no próximo ano. Ainda conforme o comunicado, interlocutores de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e de Simone Tebet, chefe do Planejamento, dizem que ambos estão alertando Lula que o governo federal não pode dar como vencida a batalha contra a inflação.
Nesse sentido, eles alertam que uma sinalização de afrouxamento da política fiscal pode acabar afetando a política monetária. Isso, em um momento em que o Banco Central deve começar a repensar a taxa de juros que hoje está em 13,75% – a expectativa é que, em agosto, este percentual diminua. Valdo Cruz explica que, no governo, existe o consenso de que um novo programa de redução de tributos, agora para a linha branca, deverá ser acompanhado por uma compensação de aumento de receitas do outro lado.
“E não há mais espaço no orçamento para isso”, relata o jornalista, que destaca que a equipe econômica busca garantir que o ano feche com um rombo nas contas públicas de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), metade da previsão inicial, que aponta para um déficit acima de 2% do PIB neste ano. Na quarta (12), Lula mandou um recado público para sua equipe de que deseja recriar o programa.
Na ocasião, ele afirmou que Simone Tebet, responsável pelo controle do orçamento da União, deveria abrir um pouco a mão, mas ressaltou, todavia, que o povo tem de consumir de “forma responsável”. “Ninguém pode gastar o que não tem”, disse Lula, que ainda confirmou que o governo deve lançar oficialmente o Desenrola, programa de renegociação de dívidas que tem o objetivo de aquecer o consumo no país.
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