A informação revelada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede) de que o Senado reuniu as 27 assinaturas necessárias para protocolar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC) provocou pânico no Planalto, informou neste sábado (09) o jornalista do “UOL” Josias de Souza.
De acordo com o comunicador, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem visto na iniciativa uma manobra para prejudicar seus planos de se reeleger neste ano. Por conta disso, o chefe do Executivo delegou ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), a função de deflagrar uma “operação abafa”.
“Em pleno final de semana, o governo se mexe para extrair assinaturas do requerimento da CPI” realizado pelo senador Randolfe Rodrigues, que é um dos coordenadores do comitê de campanha de Luiz Inácio Lua da Silva (PT).
Conforme lembra o jornalista do “UOL”, Bolsonaro mal se refez do desgaste produzido pela CPI da Covid-19 e seus rivais já estão a posto para criar outra comissão que poderia desgastar o governo perante os seus eleitores.
“A comissão seria inconveniente na medida em que atrapalharia o projeto de reeleição do presidente, pois atrairia a imprensa, travaria a votação de projetos importantes e levaria insegurança ao mercado financeiro”, explica Josias de Souza.
Hoje, relata o jornalista, Bolsonaro não teme as consequências criminais de uma investigação parlamentar, pois se sente blindado pelo procurador-geral Augusto Aras. Nesse sentido, o que de fato tira o sono do presidente é que a crise no MEC pode impactar em sua campanha política.
Nas últimas semanas, os índices de Bolsonaro melhoraram nas pesquisas eleitorais. É justamente por isso que uma eventual comissão no MEC, um dos maiores ministérios do governo, tem causado pânico no presidente, que teme voltar aos números ruins de intenções de voto registrados no ano passado, sobretudo no decorrer da CPI da Covid-19.
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