O Pix tem conquistado cada vez mais a preferência dos brasileiros como meio de pagamento, registrando um notável crescimento de 29% em todas as transações em 2022, conforme dados do Banco Central.
Atualmente, já é viável utilizar o Pix para efetuar as contribuições mensais de planos de previdência complementar aberta, por meio de QR Code disponibilizado pelas empresas fornecedoras dos planos. Contudo, o investidor precisa ler ativamente o QR Code a cada mês para concretizar a transação.
Em 2024, espera-se simplificar o processo com o Pix “recorrente”, desenvolvido pelo Banco Central. Esse recurso permitirá pagamentos recorrentes com autorização prévia do usuário, dispensando autenticação mensal, assemelhando-se ao débito em conta.
Redução de custos para seguradoras
A possibilidade de adotar o Pix com esse enfoque recorrente é vista positivamente pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), representante das empresas do setor, sobretudo pela oportunidade de reduzir custos para as seguradoras.
Atualmente, as seguradoras utilizam principalmente o débito automático em conta-corrente para receber as contribuições dos investidores, especialmente nos planos individuais. No entanto, esse método exige que as seguradoras se adéquem aos bancos, via convênios com as instituições financeiras dos clientes.
O que gera despesas operacionais. Nesse sentido, com o Pix, a ideia de uma interface única pode economizar significativamente os custos de desenvolvimento, permitindo a transferência de recursos de qualquer lugar.
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Potencial do ‘’pix recorrente’’ como forma de pagamento
O representante da Fenaprevi destaca o grande potencial do Pix recorrente como forma de contribuição periódica aos planos de previdência, enfatizando sua semelhança com o débito automático em conta.
No qual, é o método mais comum de pagamento utilizado pelos clientes. Além disso, o Pix possui baixo custo e uma plataforma comum, sendo necessário apenas fazer a autorização uma vez para a seguradora receber o pagamento de qualquer instituição financeira.
Quando a iniciativa entrar em vigor, espera-se que a adesão ao Pix recorrente no mercado de previdência complementar aberta aconteça em duas etapas. Sendo assim, primeiro a aceitação das seguradoras em utilizar o “pix recorrente” como meio de pagamento e, depois, a aceitação por parte dos investidores e clientes.
Desafios e regulamentação necessárias
A oferta dessa opção pelas seguradoras deve ocorrer mais rapidamente, principalmente para as empresas, com uma base considerável de contribuições periódicas. No entanto, atrair os clientes que já contribuem pode levar mais tempo. Pois será necessário um esforço de comunicação para explicar a opção e convencê-los de que é a melhor alternativa.
A Fenaprevi ressalta que, além da viabilização pelo Banco Central, pode ser necessário o envolvimento da Susep, órgão regulador do setor, para regulamentar o uso do Pix. Já existem minutas da Susep tratando do uso de meios de pagamento digitais, e é possível que, com a eliminação dos formatos “DOC” ou “TED”, o Pix seja o único meio permitido.
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O mercado de Previdência Privada
No primeiro trimestre deste ano, o mercado de planos de previdência privada aberta registrou um total de R$ 39,3 bilhões em prêmios e contribuições, um aumento de 4,9% em relação ao mesmo período de 2022.
No mesmo período, os resgates totalizaram R$ 34 bilhões, um aumento de 9% em relação a 2022. A captação líquida, a qual é o resultado da subtração dos resgates da captação bruta, ficou em R$ 5,3 bilhões. Os ativos em planos de previdência privada aberta somam R$ 1,26 trilhão, equivalente a cerca de 12,5% do PIB nacional, segundo dados levantados pela Fenaprevi.