Nesta terça-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que discutiu com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a possibilidade de implementar uma modalidade que permita o parcelamento de um débito através do PIX, transferência instantânea lançada há pouco tempo no Brasil e já é bastante utilizada na rotina dos brasileiros de todas as regiões. Para o ministro da Fazenda, o parcelamento de compras via PIX pode melhorar as condições de crédito no país.
“Falava ontem com Roberto Campos Neto sobre o parcelamento de débito pelo PIX que pode ser uma grande inovação do nosso sistema bancário, você parcelar usando essa ferramenta e melhorando as condições de competitividade, de crédito no país”, disse Haddad, em vento realizado pelo Bradesco nesta terça. Na agenda do Banco Central, já consta a possibilidade de inclusão do parcelamento via PIX no sistema.
Haddad realizou essa declaração durante o evento do Bradesco BBI e afirmou que vem consultando técnicos da autoridade monetária sobre alguns outros temas, como a meta de inflação para os próximos anos. No entanto, ainda há impasse entre governo e Banco Central em relação à taxa Selic, que continua em patamar bastante elevado devido à alta inflação que se encontra no Brasil. A proposta do ministro da Fazenda está em linha com a extensa agenda defendida pela equipe econômica para melhorar as condições de crédito no Brasil.
PIX foi o método de pagamento mais utilizado no país em 2022
De acordo com dados levantados pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o PIX foi o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros em 2022. Foram realizadas, em média, 66 milhões de transações diárias, somando o total de 21,4 bilhões de transações. Com isso, o PIX ultrapassou métodos de pagamento como cartão de débito, boleto, TED, DOC e cheques de forma conjunta.
A soma do valor das transações de todos os métodos de pagamentos citados acima atingiram o patamar de 20,9 bilhões. Contudo, em termos monetários, o PIX ficou abaixo do TED, que movimentou R$40,7 trilhões, quase quatro vezes mais que o método de pagamento instantâneo, que atingiu R$10,9 trilhões em valores transacionados.
“As transações feitas com o PIX continuam em ascensão, batendo recordes a todo momento, contribuindo para maior inclusão financeira”, disse Isaac Sidnet, presidente da Febraban. Ainda, de acordo com Sidney, o estudou mostrou que a população brasileira utiliza o PIX como método de pagamento para valores menores, “como foi previsto à época do lançamento da ferramenta, fazendo com que o número de transações aumente em um ritmo acelerado. São pagamentos rotineiros do dia a dia, e desta maneira, o cliente evita o saque e transporte de dinheiro”.
Por outro lado, os brasileiros utilizam o TED para transações maiores. Boletos também são bastante utilizados para pagamentos de quantias elevadas, tendo transacionado o total de R$5,3 bilhões em 2022. Para efeito de comparação, o cartão de crédito atingiu um valor menor que a metade do boleto, chegando a R$2,09 trilhões. Cartões de débito movimentaram valores pouco mais que 5 vezes menos o boleto, atingindo R$992 bilhões em valores transacionados.