Os reajustes salariais no Brasil surpreenderam em novembro. Isso porque, no mês passado, mais de 45% dos acordos e convenções coletivas ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A saber, houve uma melhora significativa nas negociações trabalhistas em relação aos meses anteriores. Aliás, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS no país. E, quanto mais alto o indicador estiver, mais difícil para os reajustes superá-lo.
O contrário também é verdade. Em outras palavras, quando a inflação do país está em um nível menor, os reajustes têm mais chances de superá-la. E foi justamente o que aconteceu em novembro, com uma inflação menos intensa.
De acordo com o Dieese, o piso salarial médio do país foi de R$ 1.544,35 no acumulado deste ano, entre janeiro e novembro. Entre os quatro setores econômicos pesquisados, apenas um deles teve um resultado superior à média nacional. Veja abaixo os pisos de cada um dos setores:
- Serviços: R$ 1.571,02
- Indústria: R$ 1.537,52
- Comércio: R$ 1.486,63
- Rural: R$ 1.467,12
Em resumo, o setor de serviços responde por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Por isso, o setor puxou o piso salarial do país para cima, apesar de os demais setores terem registrado valores inferiores à média nacional.
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Veja o piso salarial das regiões brasileiras
Além disso, o Dieese também revelou o piso nacional médio nas regiões brasileiras. A propósito, todos os dados divulgados pelo Dieese são do Ministério do Trabalho e Previdência.
Veja abaixo os pisos salariais médios em cada região:
- Sul: R$ 1.595,68
- Sudeste: R$ 1.584,09
- Centro-Oeste: R$ 1.451,38
- Norte: R$ 1.424,19
- Nordeste: R$ 1.396,76
Segundo o Dieese, os reajustes salariais foram bastante diferentes entre as regiões brasileiras. A saber, o Sul teve a maior taxa de acordos acima do INPC (29,7%), seguido por Sudeste (24,4%), Norte (18,4%), Nordeste (17,0%) e Centro-Oeste (12,9%).
Em contrapartida, o Centro-Oeste teve a maior taxa do país em relação aos reajustes inferiores ao INPC. Na região, 65,9% dos acordos e convenções coletivas reduziram o poder de compra do trabalhador no acumulado de janeiro a novembro. Em seguida, ficaram Nordeste (56,9%), Norte (55,9%), Sudeste (41,1%) e Sul (22,0%).
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