A variante Delta do novo coronavírus tem se mostrado um verdadeiro desafio para todo o planeta. Ao elevar os casos e mortes provocados pela Covid-19, a variante mais transmissível do vírus também prejudica a recuperação econômica. E a expectativa é de um Produto Interno Bruto (PIB) global menor que o projetado anteriormente.
Em resumo, a consultoria Oxford Economics divulgou nesta segunda-feira (23) os dados do seu relatório sobre a retomada econômica mundial. De acordo com a nova atualização, o PIB global deve crescer 5,9% neste ano, ante o avanço de 6,4% projetado em junho.
A queda na expectativa ocorreu devido ao avanço da variante Delta em todo o mundo. Para conter a disseminação da cepa, diversos países voltaram a adotar medidas restritivas de circulação de pessoas. A propósito, esta variante é 50% mais transmissível que a cepa responsável pela maioria dos casos em 2020.
Assim como ocorreu no ano passado, os economistas temem o quanto a Delta afetará a retomada econômica. No entanto, o diretor de Pesquisa Macro Global da Oxford Economics, Ben May, afirmou que a variante não deve afundar o PIB global como ocorreu em 2020. “Em vez de empurrar às economias de volta à recessão, o resultado mais provável é que isso faça a recuperação desacelerar no curto prazo”, afirmou o executivo, em relatório.
Vale ressaltar que a Oxford não descarta um novo ajuste nas suas próximas estimativas. Como a variante Delta está elevando os casos e mortes no planeta e os imunizantes se mostram menos eficazes diante desta cepa, as incertezas continuam muito fortes em todo o mundo.
Falta de insumos no mundo prejudica recuperação econômica
Ao mesmo tempo, a consultoria citou os gargalos na cadeia produtiva mundial, com a falta de diversos insumos. “Estima-se que 4,6% da frota marítima global esteja presa no congestionamento, e esse gargalo tende a piorar devido ao fechamento parcial do porto de Ningbo, na China”, destacou Ben May.
Os surtos de Covid-19 na China fizeram o país asiático voltar a adotar medidas restritivas em diversas regiões importantes para o comércio global. Aliás, a Oxford afirma que a região da Ásia-Pacífico concentra áreas com baixas taxas de vacinação. Por isso, a consultoria afirma que há risco de grandes restrições na região.
Por fim, a Oxford ainda cita a incerteza com o futuro quando empresas e famílias perceberem que a vacinação não dará um fim definitivo à inflação. “Isso pode ser exacerbado por preocupações crescentes sobre a durabilidade da proteção que as vacinas fornecem”, disse Ben May.
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