A prévia do PIB dos Estados Unidos superou as expectativas e fechou em 6,9%. O mercado esperava uma alta de 5,5%. O resultado se refere ao quarto trimestre do ano passado e foi comparado com o mesmo período do ano de 2020. Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, a alta vem apoiada em diversos fatores, mas a queda nos gastos do governo e uma alta taxa de importação atrapalharam resultados melhores.
No agregado do ano, o PIB dos Estados Unidos subiu 5,7%, bem maior que a queda de 3,4% registrada em 2020, ano em que a pandemia começou no mundo. Apesar disso, o resultado não significa uma retomada econômica saudável. Isso porque a alta dos juros e a inflação preocupam os economistas por lá.
PIB cresceu acima do esperado
O PIB fechou o trimestre em alta de 6,9% e registrou, no ano, uma alta de 5,7%. Dessa forma, os Estados Unidos conseguiram registrar uma alta acima da média mundial. Vale lembrar que no Brasil, por exemplo, há a expectativa de crescimento de 4,4%, o que deixaria o país no zero a zero, se compararmos com a queda de 2020.
Com isso, é esperado que o setor de serviços cresça. E foi exatamente isso que os economistas viram durante o ano por lá. Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, a alta do PIB dos Estados Unidos vem pautada no aumento dos estoques privados (o que significa mais confiança na economia), investimentos não-residenciais, exportações e gastos com consumo pessoal. Esse último registrou um aumento de 6,5% no trimestre, o que mostra que as pessoas estão comprando mais coisas de uso pessoal e evitando compras maiores. Apesar disso, o volume com que isso é feito fez com que o país crescesse bem. Isso porque os gastos maiores foram com saúde, transporte e recreação, todos os setores que, gradualmente, retomam patamares pré-pandemia.
Isso impacta no Brasil?
Sim, o aumento do PIB dos Estados Unidos impacta o Brasil. Na verdade, impacta o mundo todo. Isso porque, pelo fato de ser a maior economia do mundo, se o país cresce, ele tende a levar com ele o mundo todo. Dessa forma, uma alta do PIB por lá não deixa de ser uma boa notícia por aqui.
Dessa forma, se as indústrias americanas crescem, também precisarão de mais insumos. Atualmente, o Brasil é um forte exportador de insumos para fora, como minério e aço. Com isso, o crescimento do país mexe na balança comercial do Brasil, além de aumentar a quantidade de exportação. Por sua vez, isso também pode levar os preços das ações de algumas empresas para cima. No momento dessa postagem, o Ibovespa sobe mais de 1%, com impacto maior nas empresas exportadoras.
Apesar disso, não é possível dizer que, por lá, o cenário é perfeito. Isso porque o FED, banco central americano, aumentará as taxas de juros em março, o que deve refletir em uma queda na performance da economia. Além disso, a inflação, que fechou no maior patamar em 40 anos em 2021, segue alta e não é passageira, segundo Jerome Powell, presidente do FED.