Uma notícia temida pelo mercado: o PIB dos Estados Unidos caiu 0,9% no segundo trimestre desse ano. Com a segunda queda seguida, o país entrou em recessão técnica, seguindo as literaturas brasileiras. Contudo, para os americanos isso ainda não é um sinal de recessão, o que não apavorou os mercados nas negociações de hoje, 28.
A queda é resultado de uma política monetária restritiva, que vem aumentando a taxa de juros do país e desacelerando a economia do país. Por conta de sua importância, esse aumento de juros nos Estados Unidos também está afetando a economia do mundo todo, inclusive a brasileira.
Queda do PIB já era esperada
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos teve queda de 0,9% no período de abril a junho desse ano. O mercado já esperava a queda e vê o país com problemas para segurar a alta dos preços e para controlar o mercado de trabalho no país. Apesar disso, especialistas dizem que se trata apenas de uma desaceleração, mas a economia americana ainda não entrou em recessão de fato.
Isso porque existem diferenças nos métodos de avaliação econômica. No Brasil, uma queda do PIB por dois trimestres consecutivos representa uma recessão técnica. Contudo, nos Estados Unidos quem avalia esse cenário é o Escritório Nacional de Pesquisas Econômicas, que não deve afirmar que há uma recessão no país. Por conta disso, o mercado americano vê como necessária essa retração do PIB, como forma de retomar a estabilidade de preços.
Ontem, 27, em nota ao mercado, o FED anunciou o aumento de juros para 2,25% a 2,5% ao ano. Além disso, o banco central americano afirma que segue comprometido em trazer a inflação para os patamares de 2% ao ano. Atualmente, o aumento de preços por lá está em 9,1% em 12 meses.
Dados não mostram recessão nos Estados Unidos
Mesmo que na análise brasileira os Estados Unidos estejam em recessão, alguns dados mostram que a maior economia do mundo está longe disso ainda. Isso porque uma recessão tem como características a alta taxa de inflação, com um aumento de juros e uma baixa atividade de criação e manutenção de empregos. E é exatamente esse último ponto que pesa na análise.
Isso porque uma alta taxa de emprego mostra que a economia está bem, o que contribui para a inflação. Dessa forma, não é necessário somente aumentar os juros, é preciso que o governo interrompa o crescimento de geração de empregos para que os preços voltem à normalidade. Atualmente, os Estados Unidos têm uma taxa de desemprego de apenas 3,6%, um patamar bastante baixo até mesmo para a economia americana.
Por conta disso, especialistas dizem que a queda do PIB não é suficiente para determinar a recessão, mas que é um passo inicial para isso, que deve acontecer no primeiro trimestre de 2023, segundo expectativas do mercado. Além disso, vale lembrar que, além dos Estados Unidos, a Europa também deve entrar em recessão.
Para o Brasil, isso significa uma economia pior, gerando menos empregos e com dificuldades de crescimento, principalmente para 2023.