Desde o ano passado, os preços das commodities vêm alcançando níveis cada vez mais elevados. Esse cenário acaba favorecendo o Brasil, que é um grande produtor e exportador mundial de commodities. Contudo, o PIB do país deverá perder fôlego em 2023 devido à queda das cotações destes itens.
De acordo com projeções de economistas do Banco Mundial, as commodities energéticas, que estão muito caras nos últimos tempos, devem recuar mais de 10% tanto em 2023 quanto em 2024. Enquanto isso, as commodities não energéticas deverão ter recuos um pouco menores, de 8,8% em 2023 e 3,2% em 2024.
Segundo economistas do Bradesco, os preços das commodities estão 35% mais altos que os valores indicados pelos fundamentos da economia global. Isso quer dizer que, ao compara oferta e demanda, os preços desses itens não deveria estar tão elevados quanto estão.
A saber, esse cenário é terrível para milhões de pessoas no mundo, especialmente as mais pobres. Um relatório do Banco Mundial alertou os país sobre o “maior choque de commodities” em 50 anos. Em resumo, a pandemia da Covid-19 pressionou a inflação global, e a guerra entre Rússia e Ucrânia agravou ainda mais a situação.
Commodities mais baratas enfraquecem o PIB brasileiro
Os preços elevados das commodities dificultam a vida de milhões de pessoas, mas impulsiona o PIB brasileiro. Por isso que é normal ver notícias explicando os motivos que fazem a guerra na Ucrânia ser benéfica para o Brasil, pelo menos do ponto de vista econômico.
Com os preços mais altos, o PIB do país ganha força, uma vez que os produtos exportados valem mais. No entanto, como as estimativas apontam para a desaceleração dos preços das commodities, os economistas também passaram a projetar um crescimento menos robusto para a economia brasileira em 2023.
“Tem dois elementos centrais, um doméstico e um externo, para justificar esse crescimento fraco no ano que vem. O externo é um crescimento mais fraco, uma economia americana talvez em recessão. Isso já jogaria preço de commodity para baixo”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.
Já em relação ao Brasil, o aumento dos juros limita o crescimento do PIB brasileiro. Em suma, esse é um dos efeitos colaterais dos juros mais altos, que tentam controlar a inflação no país. Seja como for, o Brasil ainda enfrentará grandes desafios nos próximos meses e a população precisa se preparar.
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