A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou um ofício nesta quinta-feira (24) defendendo tirar de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o processo que visa suspender contas de Nikolas Ferreira (PL) por conta de um discurso transfóbico feito pelo parlamentar no plenário da Câmara.
Em sua manifestação, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico, defendeu que o caso seja analisado pelo ministro André Mendonça, que já é relator de outras ações que questionam a conduta de Nikolas Ferreira. Ainda na manifestação, o procurador disse que não existe conexão entre as condutas do deputado federal e os atos antidemocráticos, que estão sob o guarda-chuva de Alexandre de Moraes.
Assim como publicou o Brasil123, na última terça-feira (21), Alexandre de Moraes enviou uma ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR) determinando que a entidade se manifeste sobre um pedido que tem como objetivo suspender perfis do deputado Nikolas Ferreira (PL) nas redes sociais depois de um discurso transfóbico do parlamentar no plenário da Câmara.
O tema chegou no STF por conta de uma denúncia da deputada Erika Hilton (PSOL), que foi à corte relatar que, durante o Dia Internacional da Mulher, em uma sessão destinada a discursos dos parlamentares, Nikolas Ferreira, usando uma peruca, afirmou que as mulheres estão perdendo espaço para homens que se sentem mulheres.
Essa declaração aconteceu instantes antes de Erika Hilton ter falado no plenário da Casa. Ela, juntamente com Duda Salabert (PDT), foram as primeiras deputadas federais transexuais da história. Na ocasião, elas ouviram de Nikolas Ferreira que ele se sentia uma mulher naquele momento pelo simples fato de estar usando uma peruca.
“Hoje, no Dia Internacional das Mulheres, a esquerda disse que eu não poderia falar, porque eu não estava no meu local de fala. Solucionei esse problema, vesti uma peruca. Hoje, me sinto mulher, sou a Deputada, Nicole. As mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres” afirmou o parlamentar na ocasião.
Essa declaração fez com que Erika Hilton fosse ao STF para defender que o colega fosse investigado. De acordo com ela, “diante das circunstâncias, está evidente que o deputado Nikolas Ferreira, além de manter atividade criminosa constante de disseminar notícias falsas, transfobia e incitação à transfobia por todas as suas redes sociais, ainda está intencionalmente obtendo vantagem com a prática delituosa, se utilizando de sua prática de transfobia para angariar mais seguidores em suas redes sociais”.
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