A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (02), o acesso aos relatórios de inteligência que estejam com a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), do Senado Federal, e dizem respeito aos atos de 08 de janeiro, data em que apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto.
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Esse pedido foi assinado por Carlos Frederico Santos, que é subprocurador-geral da República e, atualmente, figura o papel de líder das investigações sobre os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, na PGR. Na solicitação, também foi pedido que Alexandre de Moraes determine que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entregue:
- Todos os relatórios de inteligência, relatórios informativos e registros de informação, produzidos entre 1º e 8 de janeiro de 2023;
- E mais uma relação com os atos contra as sedes do Palácio do Planalto, STF e Congresso.
Nesse pedido, Carlos Santos ressaltou que a solicitação foi necessária porque esses documentos “interessam à elucidação dos fatos em apuração”. Não suficiente, ele também afirmou que não existe mais nenhuma necessidade de se manter o material em sigilo e que a divulgação mostrará se o órgão tomou alguma iniciativa para alertar sobre o risco de atos em janeiro de 2023.
Esse pedido acontece porque, na semana passada, o jornal “Folha de S.Paulo” relatou que informes de inteligência da Abin sobre a possibilidade de ataques aos prédios dos Três Poderes foram enviados a integrantes do governo federal.
Essa informação diverge da afirmação feita pelo o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), que disse em depoimento à Polícia Federal (PL) que a Abin não fez nenhum contato prévio que apontasse algum risco de que as manifestações de 8 de janeiro seriam violentas.
Durante o depoimento, Gonçalves Dias afirmou “que não recebeu qualquer relatório de inteligência que envolvessem os atentados do dia 08 de janeiro”. Esse depoimento aconteceu após uma ordem do ministro Alexandre de Moraes. Isso, depois de terem sido divulgadas imagens que mostram o general no Palácio do Planalto durante os atos criminosos de 08 de janeiro.
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