O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para que a Corte determine a convocação do ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco para que ele esclareça sobre a possível interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na empresa.
O pedido foi assinado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, que também pediu para que o STF convoque Rubens Novaes, que é ex-presidente do Banco do Brasil. O tema chegou ao STF após uma ação movida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede), que pediu uma investigação sobre as trocas de mensagens entre Castello Branco e Rubens Novaes em um grupo.
Na conversa, assim como publicou o Brasil123, Castello Branco disse que tinha um celular corporativo que ele devolveu para a empresa. De acordo com o executivo, esse aparelho tinha mensagens e áudios que podem incriminar Bolsonaro. Como ele não falou quais os crimes supostamente cometidos pelo presidente, a PGR pediu para que ele fosse chamado para depor e esclarecer os seguintes pontos:
- Quais as mensagens e áudios podem “incriminar” o presidente;
- E quais datas, circunstâncias e contextos foram encaminhadas ou recebidas;
No pedido, a PGR, além de explicar que também quer saber por qual motivo o ex-presidente não apresentou o aparelho às autoridades competentes, relatou que também quer informações vindas do ex-executivo do Banco do Brasil, sendo elas:
- O histórico de contato com o ex-presidente da estatal;
- A natureza da conversa travada;
- Se conhece e consegue detalhar as aludidas mensagens;
- Os supostos fatos e tipos delitivos aos quais Roberto Castello Branco teria se reportado.
De acordo com Lindôra Araújo, é preciso aprofundar o tema para, somente depois disso, decidir se existem elementos para uma investigação. “O diálogo mantido e de teor não negado pelos interlocutores suscita maiores esclarecimentos que podem nortear providências investigativas não açodadas ou temerárias”, escreveu a integrante da PGR.
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