A Polícia Federal pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorize a devolução de celulares apreendidos durante a investigação sobre a condução do golpe de 8 de janeiro. Segundo o documento, o governador Ibaneis Rocha (MDB), afastado do Distrito Federal, entregou espontaneamente o aparelho para análise, com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Lista de telefones apreendidos por Moraes
Entre os celulares apreendidos por Moraes solicitados pela PF constam na lista os telefones do deputado Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública das Forças de Defesa Nacional, e da deputada Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência da Secretaria. “Encaminha-se o presente ofício para deliberação de Vossa Excelência quanto às devoluções dos aparelhos celulares que vêm sendo requeridas pelos investigados e testemunhas”, disse à PF no ofício.
Falas de Marcos do Val
O senador Marcos do Val afirmou nesta sexta (3) que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, mentiu quando disse que o orientou a formalizar seu depoimento sobre a reunião com Daniel Silveira (PTB-RJ). Do Val disse que enviou uma mensagem ao ministro do STF logo após a reunião resumindo o ocorrido, e teve uma reunião presencial com Moraes alguns dias depois, “ele nunca me disse para tomar nota formal da situação.” Por conta disso, o senador colocou seu celular à disposição da PF para que a corporação tenha acesso a todas as mensagens trocadas com Moraes e com Silveira, para que elas pudessem fazer parte dos autos do inquérito.
Celular perdido
Durante o interrogatório, Anderson Torres disse que desligou o celular ao ser preso porque “começou a ser procurado por muita gente” e agora não sabe onde está. No entanto, ele afirmou que pode fornecer a senha da nuvem para que a PF possa acessar o conteúdo. “Ele estava nos EUA numa viagem de família, teve a notícia de uma ordem de prisão, precisou se deslocar para driblar a imprensa e não ser mais exposto do que o necessário e desligou o celular. E nessa correria, troca de aeroporto, foi para Miami para embarcar de lá. O clima era de desespero. Ele estava atormentado, preocupado, com a mente completamente atabalhoada, então se perdeu o celular”, afirmou seu advogado.
Vale lembrar que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, foi preso logo após sua chegada a Brasília, no dia 14 de janeiro, por suposta leniência ao golpe do dia 8 de janeiro.