A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (16), uma operação que teve como um dos alvos o governador do Acre, Gladson Cameli (PP). De acordo com a entidade, a ação foi executada com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e teve como intuito desarticular uma organização criminosa que atuava na gestão do Acre.
Em nota, a corporação revelou que foram cumpridos 41 mandados de busca em apreensão no Acre, no Amazonas e no Distrito Federal. Durante a ação, os agentes também cumpriram uma ordem de prisão preventiva contra alguém cujo nome ainda não foi revelado.
Ainda de acordo com a PF, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgão que autorizou a operação, determinou que os donos das seguintes funções fossem afastados:
- Secretário de Estado da Indústria, Ciência e Tecnologia;
- Chefe de gabinete do governador;
- Assessor do escritório do governo do Acre em Brasília;
- Chefe de segurança do governador.
O esquema segundo a PF
De acordo com a Polícia Federal, um grupo formado por empresários e agentes públicos ligados à gestão estadual criaram um esquema com o objetivo de cometer crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, desviando recursos públicos e ocultando a destinação dos valores.
Até o momento, a PF não detalhou os supostos crimes cometidos pelo governador ou qualquer outro suspeito, limitando-se a informar que as investigações constataram que as empresas envolvidas têm diversos contratos com o governo acreano.
“Parte deles envolve convênios federais e repasses relacionados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB)”, publicou em nota a PF.
No decorrer da investigação, explica a PF, os agentes identificaram inúmeras transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito, transações de imóveis e veículos por valores mais baixos do que os de mercado e até grandes movimentações de dinheiro em espécie.
Por fim, a entidade relatou que, além dos mandados de busca e apreensão e prisão, o STF também determinou o bloqueio de cerca de R$ 7 milhões nas contas dos investigados e o sequestro de carros de luxo comprados com os recursos desviados do governo.
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