A Polícia Federal (PF) pretende ouvir a Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). O motivo: a corporação quer informações sobre os supostos pagamentos em dinheiro vivo relatados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República que está preso há duas semanas.
Conforme publicou o Brasil123, após a autorização da quebra de sigilo telefônico, a PF constatou que Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro durante o governo do ex-presidente, orientou que despesas da ex-primeira-dama e também de parentes fossem pagar usando dinheiro vivo.
Nas mensagens, também constatou-se que Mauro Cid indicou que assessores depositas em dinheiro em uma conta bancária de Michelle. Essas informações foram divulgadas em um primeiro momento pelo portal “UOL”, que também mostrou, na ocasião, que os pagamentos dessas despesas eram feitos sempre da mesma forma, isto é, usando dinheiro vivo e de forma fracionada, o que, de acordo com a PF, acaba por dificultar a identificação de quem enviou o dinheiro.
Após a divulgação, a defesa de Bolsonaro e de Michelle negou qualquer irregularidade. Até o momento, não existe uma data para que a esposa do ex-presidente seja ouvida. Foi dessa investigação que surgiram os indícios que levaram à apuração de fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e amigos 0 a ação, inclusive, culminou na prisão preventiva de Mauro Cid.
Antes de ser preso, Mauro Cid se orgulhada em dizer que acompanhou de perto os quatro anos de governo de Bolsonaro. Ele chegou, em dado momento, afirmar ter vivido 99% do que aconteceu no Palácio do Planalto durante a gestão do ex-presidente.
Em depoimento para a PF, ele disse que Bolsonaro tinha o costume de evitar o uso de caixas eletrônicos ou cartões de créditos. Nesse sentido, Mauro Cid também informou que o ex-presidente pedia que suas contas pessoais fossem pagas direto “na boca do caixa”.
Esse costume, de acordo com Mauro Cid, fez com que Bolsonaro terminasse seu mandato como presidente da República sem dinheiro para “comprar uma casa” – em 2022, o ex-presidente declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tinha por volta de R$ 900 mil em contas correntes e poupanças.
Ainda em depoimento para a PF, o ex-assessor disse que tinha conhecimento sobre a rotina nas contas do ex-presidente. Ele chegou a dizer que tirava extratos semanais para checar se não havia ocorrido algum depósito não solicitado que pudesse causar problemas para Bolsonaro.
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