A Polícia Federal (PF) quer que Paulo Guedes, ministro da Economia, seja incluído no rol de investigados do inquérito que apura supostas irregularidades no Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios. O pedido foi enviado na sexta-feira (03) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Paulo Guedes diz ter confiança na economia e na democracia do país
No documento, assinado pelo delegado Bruno Calandrini e endereçado ao ministro Luís Roberto Barroso, a Polícia Federal destaca que Paulo Guedes foi citado no inquérito por Márcio André Mendes Costa, empresário do ramo da educação.
Segundo as investigações, em fevereiro de 2011, a empresa dele fez um lançamento de debêntures, que nada mais é do que uma espécie de empréstimo após emissão de título de dívida, no mercado financeiro. Depois disso, Paulo Guedes, afirmou o empresário, teria sugerido que ele também apresentasse debêntures ao fundo dos Correios, que acabou posteriormente investindo na empresa dele.
Para a Polícia Federal, podem ter sido cometidos os crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa. Por conta disso, além da inclusão de Paulo Guedes no inquérito, a corporação também solicitou que o STF autorize a produção de um relatório de inteligência financeira das empresas do ministro da Economia referentes a janeiro de 2010 a dezembro de 2016.
No pedido da PF, a entidade, a fim de fundamentar a inclusão do ministro da Economia, citou inúmeras reportagens jornalísticas que relataram sobre os “excessivos ganhos do fundo criado por Paulo Guedes, que extraordinariamente alavancou recursos milionários”.
A investigação teve início na Operação Postalis, que teve contador Milton Lyra como alvo por suspeita de fraudes no fundo de pensão dos Correios. Segundo as diligências, outra pessoa influente na política também é suspeita de ter participado do esquema: Renan Calheiros (MDB).
De acordo com a Polícia Feral, o senador teria recebido “vantagem indevida” para beneficiar empresários na tramitação da Medida Provisória (MP) dos Portos, que foi sancionada em 2020 e promoveu uma minirreforma na legislação, acolhendo sugestões do mercado. Tanto ele quanto Paulo Guedes negam qualquer irregularidade cometida.
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