A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (24), uma operação em dois estados brasileiros com o intuito de desarticular uma organização especializada no tráfico de drogas utilizando a via marítima para enviar entorpecentes para a Europa.
Em nota, a corporação revelou que 12 pessoas foram presas preventivamente durante a ação, que contou com a participação de cerca de 60 policiais. Além das prisões, os agentes deram cumprimento a 15 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
As investigações da PF
De acordo com a Polícia Federal, as investigações duraram cerca de dois anos e contaram com a participação da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro e também do Espírito Santo.
Neste intervalo de tempo, agentes da PF apreenderam mais de 200 quilos de cloridrato de cocaína, 14 veículos de luxo e seis imóveis de alto padrão em Mangaratiba, no Rio de Janeiro, e em Guarapari, no Espírito Santo, além de um grande valor de dinheiro em espécie.
A investigação apurou que a organização criminosa utilizava a logística portuária de pequenas embarcações pesqueiras e mergulhadores profissionais. “Os investigados usando o subterfúgio da pesca artesanal e do mergulho, realizavam de forma organizada o transporte de grandes carregamentos de cloridrato de cocaína para o Porto de Rotterdam, na Holanda”, informou a PF.
Ainda conforme a corporação, a organização trabalhava de uma forma um pouco diferente na exportação de drogas. “A gente está acostumado em ter inserção de drogas em containers, e essa organização, ela age de uma forma um pouco distinta, fazendo inserção no casco do navio através da utilização de mergulhadores”, revelou a PF.
A maioria dos integrantes da organização criminosa, que operava em conjunto com organizações transnacionais, são do Rio de Janeiro, e transportavam a droga até Espírito Santo, de onde embarcavam para a Europa.
Por fim, a PF revela que ainda apura se funcionários dos navios participavam do esquema, ressaltando ainda que, não necessariamente, os tripulantes dos navios sabiam ou concordavam em viajar em cargueiros carregados de drogas.
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