Investigadores da Polícia Federal (PF) estudam pedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Isso, caso ele não volte ao Brasil até abril – o ex-chefe do Executivo está, desde o final do ano passado, na cidade da Flórida, nos Estados Unidos. De acordo com informações do jornal “O Estado de São Paulo”, a avaliação dos agentes da corporação é que a continuação de Bolsonaro em solo americano configurará “evasão do distrito da culpa” – previsto no artigo 302 do Código de Processo Penal, a situação é considerada uma justificativa para um pedido de prisão cautelar de uma pessoa investigada.
Hoje, Bolsonaro é alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) em vários inquéritos. No entanto, o sobre o suposto envolvimento nos atos antidemocráticos de 08 de janeiro, quando seus apoiadores radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, e o mais recente, sobre as joias vindas da Arábia Saudita, complicaram a vida do ex-presidente.
Assim como publicou o Brasil123, ao todo, foram dois pacotes com joias. O primeiro tinha um colar de diamantes, brincos e um relógio feminino e foi apreendido, em outubro de 2021 junto com o então assessor do ministro das Minas e Energia, Marcos Soeiro. De acordo com a Receita Federal, essas joias foram avaliadas em R$ 16,5 milhões, sendo que, na ocasião, auditores da entidade exigiram que fosse pago imposto para que a comitiva do ministério entrasse com os itens no Brasil. Como não houve o pagamento, as joias foram retidas no país, um procedimento burocrático que antecede a apreensão.
Já o segundo pacote, que continha um relógio masculino, caneta e abotoaduras, entrou no Brasil na bagagem do então ministro Bento Albuquerque, na mesma viagem. Como não foi retido pela Receita, esses itens foram entregues para Bolsonaro. Segundo as informações, a Polícia Federal vai investigar, em um primeiro momento, o suposto cometimento dos crimes de descaminho e advocacia administrativa, mas o objeto pode ser ampliado para outros delitos.
Segundo a matéria publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo” neste sábado (11), investigadores da PF dizem que, caso a segunda caixa não for apresentada publicamente, endereços ligados a Bolsonaro podem ser alvo de busca e apreensão. Em um primeiro momento, Bolsonaro disse que não pediu e nem recebeu presentes. No entanto, durante a semana, o ex-presidente mudou a versão e confessou ter recebido um pacote de presentes enviados pelo regime saudita, sendo que os objetos foram anexados ao seu acervo pessoal.
Conforme o jornal, a PF pode chegar em Bolsonaro por duas vias. A primeira é por conta dos atos de 08 de janeiro, mas a avaliação é de que este caminho deve ser mais lento, pois as provas ainda não chegaram, de fato, ao ex-presidente. Todavia, na via que tem o caso das joias, o nome de Bolsonaro já está vinculado às provas, sendo preciso agora, segundo uma fonte ouvida pelo jornal, “aguardar a coragem por parte do sistema de Justiça”. “O flagrante está dado”, disse a pessoa vinculada às investigações.
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