Os certificados de vacinação contra a Covid-19 foram emitidos pelo usuário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no aplicativo ConecteSUS, revelou a Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (02). Segundo a corporação, um dos documentos foi emitido um dia após a inserção de dados supostamente falsos no sistema.
Arthur Lira afirma que situação do ex-presidente Bolsonaro é preocupante
Ainda conforme a Polícia Federal, um outro certificado foi emitido da conta da filha caçula de Bolsonaro no aplicativo, no dia 27 de dezembro, em inglês. Um dia depois, ela seguiu para os Estados Unidos, país este que seu pai esteve dois dias depois.
Essas informações que foram divulgadas pela PF estão presentes no relatório da entidade e serve como base para a investigação sobre suspeita de fraude em dados de vacinação de Bolsonaro, da filha, e de assessores do ex-presidente.
A Polícia Federal, inclusive, deflagrou uma operação nesta quarta por conta do tema. A ação culminou na prisão de seis pessoas e no cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão contra os suspeitos. Desde que o caso veio à tona, Bolsonaro vem negando ter participado de fraudes – ele também alega que não foi vacinado contra Covid.
Comprovantes de vacinação
Assim como publicou o Brasil123, investigações da PF constataram que foram incluídas informações sobre a aplicação de duas doses da vacina da Pfizer contra Covid-19 no ex-presidente. Conforme aponta o relatório da PF, foram quatro certificados de vacinação emitidos pelo usuário associado a Bolsonaro. Dois deles trazem as informações das duas doses do imunizante da Pfizer nas seguintes datas:
- 22 de dezembro de 2022, às 8h;
- 27 de dezembro de 2022, às 14h19.
Outros dois foram emitidos após a exclusão das informações citadas e não trazem mais informações sobre doses da Pfizer, apenas sobre uma vacina da Janssen, que teria sido aplicada em 2021. Esses dados foram emitidos em:
- 30 de dezembro de 2022, às 12h02;
- 14 de março de 2023, às 8h15.
De acordo com a PF, existem evidências que apontam que os certificados de vacinação foram emitidos por pessoas próximas a Bolsonaro, e que “não se evidenciou qualquer fato suspeito relacionado à utilização indevida do usuário do ex-Presidente da República por terceiros não autorizados”.
Não suficiente, investigadores da corporação afirmam que as diligências mostraram que Bolsonaro e assessores próximos “tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente momento”.
Leia também: Transferência de Anderson Torres para hospital penitenciário não é necessária, diz PM