A Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) revelou nesta quinta-feira (21) que a categoria planeja realizar uma mobilização nacional na próxima quarta (28). Segundo a entidade, agentes da Polícia Federal (PF) já aprovaram o indicativo de paralisação das atividades, que ainda deve ser ratificado em uma assembleia marcada para maio.
Delegados da PF dizem que o governo Bolsonaro foi desleal; entenda
Assim como vem publicando o Brasil123, a relação entre a PF e o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) não está nada bem, pois, desde o ano passado, o chefe do Executivo tem prometido que daria um aumento salarial para os agentes federais.
No entanto, neste mês, Bolsonaro recuou da ideia e anunciou que concederia um reajuste de 5% aos servidores públicos. Na visão da ADPF, há um sentimento de traição, pois era esperado o uso de R$ 1,7 bilhões do orçamento para uma reestruturação da carreira, o que, na prática, significaria um reajuste bem maior aos agentes.
Segundo informações do portal “UOL”, na quarta (20), foi realizada uma reunião extraordinária na ADPF. Na ocasião, delegados aprovaram várias medidas que visam pressionar o Planalto. Dentre essas medidas, além da mobilização, está o uso de faixas de protesto contra o rompimento da promessa feita por Bolsonaro.
Não suficiente, os delegados também aprovaram a execução de uma “cobrança massiva” nas redes sociais do presidente, além da “cobrança pública e direta” do ministro da Justiça Anderson Torres caso não seja autorizada a reestruturação da carreira até maio.
“Caso o presidente da República descumpra o compromisso público assumido por ele diversas vezes, os policiais da União não se manterão inertes diante do uso da valorização da segurança pública e da excelente imagem da Polícia Federal como ferramenta publicitária e de marketing político”, publicou em nota a ADPF.
Em outro trecho do comunicado, a entidade afirmou que vai procurar os pré-candidatos à presidência para “expor a necessidade de um verdadeiro compromisso” com a categoria. “O que não ocorreu nos últimos anos”, disse a entidade.
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