A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta segunda-feira (16), uma operação visando investigar uma série de crimes cometidos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo. De acordo com a entidade, os trabalhos de hoje são um desdobramento de uma outra ação, executada em novembro do ano passado.
Em nota, a Polícia Federal explicou que a operação tem o intuito de apurar as suspeitas de crimes como corrupção, tráfico de influência, advocacia administrativa e associação criminosa, todos praticados no âmbito da OAB de São Paulo.
Nesta segunda, os agentes da entidade cumpriram seis mandados de busca e apreensão em São Paulo, capital, e em Santana de Parnaíba e Jundiaí, cidades localizadas no interior do estado. “Dois envolvidos foram cautelarmente afastados de suas funções na Ordem dos Advogados do Brasil”, informou a corporação.
As investigações da PF
De acordo com a Polícia Federal, as investigações sobre o caso começaram em setembro de 2020. À época, a entidade recebeu uma denúncia de um advogado que afirmou ter sido vítima de um grupo composto por um empresário e dois advogados. “Um desses suspeitos era, na ocasião, membro do Conselho Seccional da OAB/SP”, revelou.
Com o avanço das apurações, a Polícia Federal descobriu que a denúncia do advogado era verdadeira. “Constatou-se a verossimilhança dos fatos alegados, sendo constatado que o grupo solicitou a contrapartida financeira para atuar junto ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB/SP e encerrar processos disciplinares em tramitação naquele Tribunal, bem como retirá-los de pauta”, disse a corporação.
Por conta das investigações, a área de inteligência da PF conseguiu identificar indícios da prática dos crimes investigados e ainda a existência de outros casos aparentemente semelhantes ao caso denunciado, ou seja, outras ocorrências envolvendo pedidos de propina. Não suficiente, constatou-se também a existência de indícios da participação de um Conselheiro Federal da OAB no esquema criminoso.
Por fim, a informação é que, até o momento, ninguém foi preso. Todavia, a Polícia Federal informou que os suspeitos, por conta dos crimes elencados no começo da matéria, podem pegar uma pena de até 12 anos de reclusão caso sejam denunciados e condenados pela Justiça.
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