A Polícia Federal (PF) deflagrou, na quinta-feira (08), uma operação a fim de combater garimpos e desmatamentos ilegais nas imediações do Parque Nacional do Juruena (Parna), na região de Nova Bandeirantes, no Mato Grosso. De acordo com a entidade, a ação foi realizada em conjunto com o Ibama e também com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (tICMBIO,).
Em nota, a Polícia Federal revelou que os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Federal de Sinop, e também realizaram ações de fiscalização em diversos pontos nos garimpos do Novo Astro e do Juruena.
Conforme as investigações da entidade, um fazendeiro da região é suspeito de estimular o garimpo ilegal em suas terras e, com a cobrança de arrendamento, financiar a abertura de novas pastagens em meio a áreas de floresta por meio de desmatamentos ilegais.
Segundo a PF, o projeto Brasil M.A.I.S realizou levantamentos preliminares por imagens de satélite e constatou que esse esquema alavancou a derrubada de mais de quatro mil hectares de florestas nativas nos últimos quatro anos, podendo chegar a mais de seis mil hectares.
“As ações de fiscalização realizadas simultaneamente lograram êxito em cessar danos provocados pelo garimpo ilegal em diversos cursos de água tanto nos garimpos do Novo Astro e Juruena como no interior do Parna”, revelou a PF, que também afirmou que as investigações constataram danos incalculáveis provocados pela descarga, sem qualquer tratamento, de toneladas de rejeitos da mineração, diretamente nos cursos de água, desfigurando seus leitos.
Operação prendeu garimpeiros
A operação dessa quinta (08) não culminou apenas no cumprimento do mandado de apreensão. Isso porque, além da ordem, agentes da PF prenderam em flagrante dois garimpeiros e um suspeito de intermediar a cobrança de arrendamento pelo fazendeiro dono das terras.
“Ainda foram apreendidas duas escavadeiras hidráulicas e aplicadas multas no valor total de 12,7 milhões de reais”, detalhou a PF, que ainda acrescentou que uma das escavadeiras apreendidas foi destinada à prefeitura da região que se encontrava, pois a cidade estava, de acordo com a entidade, carente de máquinas para realização de obras públicas.
Nesta quinta, os agentes realizaram procedimentos de polícia judiciária e custódia de presos. Já nesta sexta (09), a operação prossegue com investigações, perícias, intimações e oitivas de outros citados e indiciados em sede de inquéritos policiais.
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