A Polícia Federal (PF) revelou nesta quinta-feira (03) ter iniciado suas investigações para apurar as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que declarou durante uma “live”, realizada no ano passado, que a vacina contra a Covid-19 estava associada ao risco de se contrair Aids.
Depois da declaração do presidente, entidades vieram à público informar que a relação não existe e que Bolsonaro usou dados de um portal disseminador de fake news para embasar sua declaração. Assim como publicou o Brasil123, o inquérito sobre a declaração do presidente foi aberto em dezembro do ano passado por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Em nota divulgada pela Polícia Federal, Lorena Nascimento, delegada à frente das diligências, afirmou que irá pedir ajuda internacional para apurar o caso, visto que Bolsonaro citou dados supostamente veiculados por organismos de outros países.
Nesse sentido, informou a delegada, a PF precisará de colaboração internacional para que informações como se o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido realmente publicou que “os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome de imonudeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto” sejam apuradas.
Além disso, afirmou a delegada, será necessário investigar se o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid), dos Estados Unidos, sabe da existência de um suposto estudo citado pelo presidente. Isso porque, em sua live, Bolsonaro disse que profissionais do instituto constataram que grande parte das mortes ocorridas por gripe espanhola aconteceu por conta de uma pneumonia bacteriana secundária que se espalhou por conta do uso de máscaras.
Por fim, além de afirmar que a entidade vai analisar se os sites que serviram como base das declarações de Bolsonaro são confiáveis, a delegada informou que o presidente é investigado nesse inquérito pelos crimes de epidemia, de infração de medida sanitária preventiva e de incitação ao crime.
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