A Polícia Federal (PF) afirmou nesta sexta-feira (08) ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter reunido indícios que mostram que o atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), cometeu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com a corporação, as investigações contra o líder do centrão, grupo que hoje coordenar o plano de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), começaram em 2018 e mostraram que ele recebeu propina do empresário Joesley Batista.
Esse dinheiro, apurou a PF, teria sido pago em troca de apoio para a reeleição da então presidente Dilma Rousseff (PT), em um esquema que visava manter a política da petista em um segundo mandato.
“O esquema se estendeu de 2014 a 2017”, informou a PF, que ouviu de Joesley Batista que o pagamento de propina envolveu a entrega de uma mala com R$ 500 mil ao então senador Ciro Nogueira, presidente do PP desde abril de 2013.
Após a divulgação do relatório da PF, a defesa de Ciro Nogueira afirmou que a conclusão do documento “é totalmente baseada somente em delações que não são corroboradas com nenhuma prova externa”.
“A Defesa tem absoluta confiança que o tempo das delações sem nenhuma fundamentação já está devidamente superado pelas decisões independentes do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal”, afirmam os advogados.
Além de Ciro Nogueira
Além do ministro, a Polícia Federal também apontou que existem indícios de crimes cometidos por Gustavo Lima, irmão de Ciro Nogueira e Edinho Silva, então tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff.
Depois da conclusão da investigação feita pela PF, a ministra do STF, Rosa Weber, que é relatora do caso, deve encaminhar o inquérito para a Procuradoria-Geral da República. Caberá ao órgão decidir se existem elementos para denunciar os investigados ao STF, se pede mais diligências para dar continuidade às investigações ou se o caso deve ser arquivado.
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