A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (16), que formalizou a abertura de um inquérito a fim de apurar indícios de atuação de uma milícia digital com o intuito de atentar contra a democracia e o Estado democrático de direito.
Assim como publicou o Brasil123, a investigação sobre a suposta milícia digital foi autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, no começo deste mês. Na ocasião, o membro da Corte também determinou o arquivamento do inquérito que investigou os atos antidemocráticos realizados no ano passado.
O arquivamento do processo em questão aconteceu por conta de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi criticado por investigadores envolvidos no caso, que classificaram o pedido como prematuro.
O que a PF vai investigar
Segundo a Polícia Federal, a entidade vai apurar os fortes indícios e provas que apontam para a existência de uma verdadeira organização criminosa feita para atentar contra o Estado democrático de direito.
De acordo com a PF, esse grupo se articularia em núcleos de produção, publicação, financiamento e político. Além disso, também existe a suspeita de que esse grupo tenha sido abastecido com verba pública.
Nesse sentido, no novo inquérito, Alexandre de Moraes ressaltou a necessidade de mais investigações envolvendo a articulação do blogueiro Allan dos Santos, do canal Terça Livre, com o governo. De acordo com o ministro, há indícios de que o blogueiro tenha tentado influenciar e provocar um rompimento institucional.
Além disso, ao detalhar a atuação do grupo, o ministro também citou o relatório produzido pela empresa Atlantic Council sobre o comportamento de contas falsas do Facebook. Conforme e empresa, dezenas dessas contas falsas foram acessadas por assessores de parlamentares e da presidência da República.
Dados da investigação anterior poderão ajudar
Ao anunciar ao STF o inquérito, a delegada Denisse Ribeiro também pediu o compartilhamento integral das provas das apurações relacionadas aos atos antidemocráticos, que poderão ajudar nas investigações de agora.
Denisse solicitou também documentos indicados pela PGR, para que eles sejam analisados em conjunto. Não suficiente, a delegada busca ainda o acesso a mídias apreendidas, quebra de sigilo bancários e telemáticos para embasar a presente investigação da Polícia Federal.
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