A semana começou nesta segunda-feira (28) no mesmo nível de tensão dos últimos dias. Os mercados globais seguem atentos aos desdobramentos da invasão da Rússia à Ucrânia, que chegou hoje ao quinto dia. E o petróleo reagiu fortemente às sanções impostas contra a Rússia por nações ocidentais no final de semana.
A saber, a cotação do barril Brent, que é a referência mundial, saltou 4,05% na sessão. Com isso, o preço do barril chegou a US$ 97,97 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Aliás, o Brent acumulou uma forte valorização de 7,4% em fevereiro devido à escalada de tensões no leste europeu.
Da mesma forma, o barril de petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, também disparou no pregão (+4,51%). Assim, o barril fechou o dia cotado a US$ 95,72 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). No mês, registrou ganhos de 8,5%.
Com o acréscimo destes resultados, o petróleo fortaleceu ainda mais o seu desempenho em 2022. Após acumular uma valorização superior a 14% em janeiro, ambas as referências seguiram registrando fortes resultados em fevereiro. Inclusive, na parcial de 2022, o Brent registra ganhos de cerca de 22%, enquanto o WTI avança quase 26%.
Vale destacar que a commodity fechou 2021 com ganhos acumulados de mais de 50%. Aliás, muitos pensaram que o resultado só havia acontecido devido à fraca base comparativa de 2020, afetada fortemente pela pandemia da Covid-19, que afundou os preços do petróleo. No entanto, a commodity permanece com forte valorização em 2022.
Sanções contra a Rússia podem reduzir oferta de petróleo
No final de semana, novas sanções de nações ocidentais isolaram ainda mais a Rússia. A saber, o presidente Vladimir Putin ordenou que as equipes de armas nucleares da Rússia ficassem em posição de alerta. De acordo com ele, o país temia ataques dos países ocidentais.
Essa decisão ocorreu após a informação da União Europeia sobre um acordo feito com os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. Em suma, o acordo consiste em retirar alguns bancos russos da estrutura do sistema de pagamentos global Swift. Com isso, apenas alguns pagamentos podem continuar ocorrendo pelo sistema, como o de energia.
Vale destacar que estas decisões não afetam apenas a Rússia. Na verdade, oligarcas e funcionários importantes do país também sofrem com a limitação de capacidade de transações. Inclusive, o Banco Central russo pediu às empresas focadas em exportação para se prepararem para vender moedas estrangeiras.
Tudo isso pode reduzir a oferta de petróleo e de gás, visto que a Rússia é um grande produtor de ambas as commodities. Isso preocupa o mercado, pois o planeta já sofre com a escassez destas commodities de energia. Aliás, isso explica os altos preços destes itens.
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