O petróleo parece estar em uma gangorra. Nas sessões desta semana, o preço da commodity reagiu fortemente ao noticiário internacional, e cada dia parece despertar um sentimento diferente no investidor. Em outras palavras, o otimismo prevalece em um dia, mas as preocupações dominam no outro, e o petróleo continua com bastantes oscilações.
Nesta quinta-feira (17), os contratos futuros para abril do barril Brent, que é a referência mundial, caíram 1,94% na sessão. Com isso, o barril do petróleo fechou o dia cotado a US$ 92,97 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Da mesma forma, os contratos para março do petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, também recuaram no pregão (-2,03%). Assim, o barril caiu para US$ 91,76 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Com o acréscimo desses resultados, ambas as referências voltam a acumular perdas na semana, de mais de 1%. Por falar nisso, o petróleo encerrou todas as semanas de 2022 em alta. Em suma, o barril Brent acumula ganhos de quase 18% neste ano, enquanto o WTI tem um avanço ainda mais expressivo, de cerca de 22%.
Vale destacar que a commodity fechou 2021 com ganhos acumulados de mais de 50%. Aliás, muitos pensaram que o resultado só havia acontecido devido à fraca base comparativa de 2020, afetada fortemente pela pandemia da Covid-19, que afundou os preços do petróleo. No entanto, a commodity segue com forte valorização em 2022.
Negociações entre EUA e Irã avançam e enfraquecem petróleo
A saber, a sessão desta quinta mostrou o enfraquecimento do petróleo devido ao avanço nas negociações entre os EUA e o Irã. No início deste mês, os EUA assinaram diversas isenções de sanções em relação às atividades nucleares civis do Irã. Em resumo, o principal objetivo desta ação é reviver o acordo nuclear de 2015 entre as nações.
Caso o acordo siga avançando, poderá liberar 1 milhão de barris de petróleo por dia no mercado. Isso reduziria o gargalo da oferta, que vem impulsionando os preços da commodity em 2022.
Esta notícia repercutiu mais entre os investidores do que a escalada de tensão no leste europeu. Em síntese, o mercado teme a possível invasão da Rússia à Ucrânia, que pode afetar o mercado energético global. Aliás, apesar de a Rússia ter retirado algumas tropas das regiões de fronteira com a Ucrânia na última terça, não houve um desfecho para a situação.
Em suma, os soldados estavam fazendo exercícios militares e preocupando o mercado, mas a Rússia afirmou que os havia enviado de volta para as suas bases. No entanto, os Estados Unidos acusaram a Rússia de apenas movimentar os soldados para outras partes da fronteira, sem realmente retirá-los da região.
A propósito, as tensões na região preocupam o mercado, pois a invasão da Rússia à Ucrânia pode causar interrupções da produção de petróleo no leste europeu. O cenário irá gerar diversos impactos no setor energético global. E isso tudo acontece em uma realidade de oferta limitada e demanda global em expansão.
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