Os motoristas do Brasil sofreram em 2021 com os altos preços dos combustíveis. A saber, a variação média dos combustíveis para veículos chegou a 49% no ano passado, superando em quase cinco vezes a inflação do país (10,06%).
No ano passado, diversos fatores contribuíram com a disparada dos combustíveis, como a alta do petróleo e do dólar. E parte desse cenário se repete nestas primeiras semanas de 2022. Em suma, o petróleo fechou o pregão de ontem (4) no maior patamar em sete anos. E o cenário internacional pode fazer os preços subirem ainda mais.
O petróleo disparou mais de 50% em 2021 e ajudou a encarecer os combustíveis no Brasil. Já em 2022, a commodity acumula alta de quase 20% em pouco mais de um mês. Assim, mais uma vez, a expectativa de analistas é que os brasileiros sofram com mais aumentos dos combustíveis no país.
De acordo com o presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e especialista em energia, Adriano Pires, a defasagem dos preços da gasolina e do diesel no Brasil chegou a 10% em relação a paridade internacional. Por isso, o mercado acredita que a Petrobras anunciará novas altas dos preços mais cedo ou mais tarde.
Valorização do real deve reduzir avanço dos combustíveis
Embora os preços do petróleo continuem sua escalada, a situação do dólar é oposta. Após ter valorização pelo quinto ano consecutivo contra o real, a moeda norte-americana vem acumulando uma queda de 4,56% ante o real.
Em resumo, a valorização do real deve reduzir os impactos que a alta do petróleo provocará nos combustíveis do país. Contudo, a influência da divisa brasileira não deve ser suficiente para compensar o avanço dos preços internacionais da commodity.
A saber, a cotação do barril de petróleo é em dólar. Em outras palavras, quanto mais caro estiver o dólar, mais altos ficarão os preços do petróleo. Por outro lado, quando o real se valoriza, a Petrobras passa a pagar menos pelo petróleo. Dessa forma, seus derivados, como diesel e gasolina, também apresentam um custo de produção menor.
Há outros fatores que também influenciam os preços dos combustíveis, como o custo do etanol, os impostos federais e o ICMS. Seja como for, os motoristas do país devem se preparar para novas elevações. Resta esperar para ver quando ocorrerão.
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