Há dez meses que o petróleo não tinha uma semana tão ruim quanto esta. A commodity emendou sete pregões seguidos no vermelho e atingiu de vez o chamado “bear market” na última sexta-feira (20). E parece que ainda há chão a se percorrer nessa ladeira.
Em resumo, os contratos futuros para outubro do barril do petróleo Brent, que é referência mundial, tombaram 1,90%, para US$ 65,18 na ICE, em Londres. Da mesma forma, os contratos para o petróleo dos Estados Unidos (WTI) para outubro recuaram 2,14% na sessão, fazendo a negociação do preço do barril cair parar US$ 62,14 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Vale destacar que os ambos os barris atingiram o “bear market”, que representa perdas superiores a 15% de algum ativo em relação ao seu pico recente. Nesse caso, o Brent chegou aos 15,35% de perda desde seu pico de US$ 77 por barril no início de julho. Já o WTI está bem perto de atingir os 17% de recuo.
Nesta semana, as perdas foram bastante expressivas para o petróleo Brent, que afundou 7,66%. Já o WTI caiu ainda mais no período (-9,20%). Com isso, ambos os barris tiveram a pior semana desde 25 de outubro de 2020.
Veja o que vem pressionando o preço do petróleo
O que mais pressiona os preços da commodity é o avanço da variante Delta do novo coronavírus. Em suma, os mercados se mostram bastante receosos sobre a recuperação econômica global. Isso porque a cepa é 50% mais transmissível que a variante responsável pela maioria dos casos no ano passado.
Além disso, a Delta está elevando o número de casos e mortes no planeta há semanas, inclusive em países com altos percentuais da população imunizada. Assim, o preço do petróleo vem caindo há semanas devido às preocupações em relação à queda da demanda pela commodity.
Mais recentemente, o mundo também direcionou sua atenção ao Afeganistão. Em resumo, o grupo extremista Taleban assumiu o governo do país no início desta semana, com a tomada da capital Cabul no último domingo (15). E isso ocorreu, principalmente, devido à retirada das tropas norte-americanas restantes do país asiático.
A situação no Afeganistão é considerada um problema global a ser monitorado pelos investidores. Isso porque o país pode se tornar palco de ataques e conflitos internacionais, o que afetaria a produção de petróleo do Oriente Médio, que pode ficar fortemente comprometida num futuro próximo.
Por fim, diante de todas estas situações e com mais indícios de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, pode encerrar os estímulos na economia americana antes do esperado, os investidores estão evitando comprar ativos de risco. O futuro segue incerto tanto para o petróleo quanto para toda a economia global.
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