Os brasileiros devem se preparar para novos reajustes dos combustíveis nos próximos dias. A saber, o petróleo fechou a terceira semana seguida em alta, enquanto o dólar disparou e se aproximou de R$ 5,00.
Tudo isso pressiona a Petrobras, que já sinalizou sobre novos reajustes dos combustíveis. Em outras palavras, o mercado externo pressiona ainda mais a estatal, que vem segurando os reajustes para as refinarias. Contudo, isso deve acabar logo.
Em resumo, o barril Brent, que é a referência mundial, subiu 1,91% na semana e chegou a US$ 122,01 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Com isso, o barril passa a acumular uma forte alta de 53,8% em 2022, impulsionado ainda mais devido à guerra na Ucrânia.
Por sua vez, o dólar saltou 4,36% na semana e encerrou a sessão desta sexta-feira (10) cotado a R$ 4,9871, maior patamar em quase um mês. Com o acréscimo desse resultado, a moeda norte-americana reduziu a desvalorização acumulada no ano para 10,54% ante o real.
Petrobras segue cotação do petróleo e do dólar para reajustar combustíveis
O avanço do petróleo e do dólar na semana não são positivas para os brasileiros. Isso porque a política de preços da Petrobras segue a cotação internacional do petróleo e as variações do dólar, ou seja, a estatal fica ainda mais pressionada a reajustar os combustíveis no país.
Na última quinta-feira (9), a empresa emitiu um comunicado defendendo a sua política de preços alinhada ao exterior. A saber, essa política foi adotada em 2016, no governo de Michel Temer, e continua até hoje.
Em suma, a defasagem do preço do diesel e da gasolina estava acima de 15% na última terça-feira (7), segundo algumas entidades. Isso quer dizer que a Petrobras estava comprando combustíveis mais caros e vendendo mais baratos no país.
Dessa forma, desestimulava a importação desses combustíveis por outras empresas. Por isso que o país corre risco de sofrer com desabastecimento de diesel nos próximos meses. E a Petrobras pretende elevar os preços dos combustíveis para manter a competitividade do mercado.
No entanto, o presidente Jair Bolsonaro deseja congelar os preços dos combustíveis até as eleições, que ocorrerão em outubro deste ano. Aliás, o governo federal vem estudando maneiras para evitar o desabastecimento do diesel, como aumentar o estoque do combustível no país e elevar a quantidade de etanol na mistura obrigatória com o diesel.
Seja como for, o brasileiro não deverá ter uma boa notícia. Por um lado, as opções pensadas pelo governo deverão provocar o aumento dos preços do diesel. Caso a Petrobras reajuste os combustíveis, o risco de desabastecimento recua, mas o preço também sobe.
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