Após acumular ganhos superiores a 14% em janeiro e fechar fevereiro em alta de mais de 7%, os preços do petróleo alcançaram uma nova marca nesta terça-feira (1º). A saber, a commodity atingiu o maior patamar de fechamento desde 2014 com os temores com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
A cotação do barril Brent, que é a referência mundial, saltou 7,14% na sessão. Com isso, o preço do barril chegou a US$ 104,97 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Por sua vez, o barril de petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, disparou 8,03% no pregão. Assim, o barril fechou o dia cotado a US$ 103,41 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
A última vez que as referências haviam fechado um pregão acima dos US$ 100 foi em 2014, ou seja, há mais de sete anos. Inclusive, na parcial de 2022, o Brent registra ganhos de 32,3%, enquanto o WTI avança 34,3%.
Vale destacar que a commodity fechou 2021 com ganhos acumulados de mais de 50%. Aliás, muitos pensaram que o resultado só havia acontecido devido à fraca base comparativa de 2020, afetada fortemente pela pandemia da Covid-19, que afundou os preços do petróleo. No entanto, a commodity permanece com forte valorização em 2022, ainda mais com a guerra no leste europeu.
Guerra segue sem desfecho e oferta de petróleo deve cair ainda mais
O forte avanço do petróleo nesta terça ocorreu devido à falta de expectativa para o fim da guerra. Hoje, a Rússia atacou uma torre de televisão ucraniana e mostrou que não se curvará às sanções das nações ocidentais. Isso faz os investidores apostarem em ofertas ainda mais restritas da commodity, que já vinham preocupando o mercado.
Além disso, o mercado também reagiu a notícias preocupantes vindas do oriente. Em suma, a Arábia Saudita estaria supostamente vendendo o petróleo bruto de alta qualidade a preços recordes no mercado à vista para a Ásia, segundo Dennis Kissler, da BOK Financial.
Por isso, o mercado energético segue aguardando a reunião da Organização dos Países Produtores de Petróleo e seus aliados (Opep+), que ocorrerá nesta quarta-feira. Os investidores esperam que a entidade libere mais barris de petróleo no mercado para compensar possíveis interrupções na produção russa. Assim, o rali dos preços pode ter um alívio.
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