Tudo o que sobe, desce. Essa máxima representou o desempenho do petróleo nesta semana. Após seis semanas consecutivas em alta, os preços da commodity, enfim, caíram. As referências não seguiram o mesmo sentido nesta sexta-feira (18), mas o resultado semanal trouxe queda para ambas
A saber, os contratos futuros para abril do barril Brent, que é a referência mundial, tiveram alta de 0,61% na sessão. Com isso, o barril do petróleo fechou o dia cotado a US$ 93,54 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. No entanto, o Brent acumulou perdas de 0,95% na semana.
Já os contratos para março do petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, recuaram no pregão (-0,75%). Assim, o barril caiu para US$ 91,07 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). No acumulado semanal, o recuo foi de 2,18%.
A propósito, o petróleo havia encerrado todas as semanas de 2022 em alta, mas isso mudou nesta semana. Seja como for, o barril Brent segue acumulando ganhos expressivos em 2022, de mais de 18%. Por sua vez, o WTI tem um resultado ainda mais forte no ano, com alta de aproximadamente 21%.
Vale destacar que a commodity fechou 2021 com ganhos acumulados de mais de 50%. Aliás, muitos pensaram que o resultado só havia acontecido devido à fraca base comparativa de 2020, afetada fortemente pela pandemia da Covid-19, que afundou os preços do petróleo. No entanto, a commodity segue com forte valorização em 2022.
Preços do petróleo reagem a tensão geopolítica
Em suma, o petróleo recuou nesta semana devido ao avanço nas negociações entre os EUA e o Irã. No início deste mês, os EUA assinaram diversas isenções de sanções em relação às atividades nucleares civis do Irã. Em resumo, o principal objetivo da ação é reviver o acordo nuclear de 2015 entre as nações.
Caso o acordo avance, poderá liberar 1 milhão de barris de petróleo por dia no mercado. Isso reduziria o gargalo da oferta, que vem impulsionando os preços da commodity em 2022. Ou seja, a expectativa em torno desse cenário enfraqueceu o petróleo nesta semana.
Por outro lado, a escalada de tensão no leste europeu seguiu fortalecendo a commodity. Em síntese, o mercado teme a possível invasão da Rússia à Ucrânia, que pode afetar o mercado energético global. A Rússia até anunciou a retirada de algumas tropas das regiões de fronteira com a Ucrânia na última terça (15), não houve um desfecho para a situação.
Na verdade, os Estados Unidos acusaram a Rússia de apenas movimentar os soldados para outras partes da fronteira, sem realmente retirá-los da região. Este cenário pode causar interrupções da produção de petróleo no leste europeu em caso de uma invasão russa, gerando diversos impactos no setor energético global.
Embora a tensão geopolítica seja séria, os investidores estão convivendo com o risco de invasão há dias. Por isso, as notícias de avanço do acordo entre EUA e Irã pesou mais na sessão e derrubou os preços do petróleo. Resta saber se os preços seguirão em queda ou se recuperarão na próxima semana.
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