Há quase 70 anos, o Brasil fundou uma empresa nacional de petróleo, a Petrobras, por trás de uma campanha com o slogan “o petróleo é nosso!”
O sentimento populista por trás da frase, que significa “o petróleo é nosso”, nunca está dissociada da Petrobras, especialmente quando os combustíveis estão em alta. Desse modo, à medida que o descontentamento com os padrões de vida apertados molda as próximas eleições presidenciais do Brasil, a maior empresa de hidrocarbonetos da América Latina está mais uma vez se transformando em uma disputa política.
Bolsonaro e o preço dos combustíveis
Com a inflação de dois dígitos prejudicando sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro atacou um grande aumento de preços da gasolina, diesel e gás de cozinha pela Petrobras este mês, após um salto nos índices de referência do petróleo após a guerra na Ucrânia.
As especulações aumentaram sobre o futuro do executivo-chefe, mas controlado pelo Estado, cujo antecessor foi deposto por Bolsonaro há apenas um ano em meio a tensões semelhantes.
Discurso de Lula incomoda
As críticas do direitista são um raro ponto de consenso com seu suposto adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). À frente nas pesquisas, Lula disse que a Petrobras deve considerar “o bem-estar de 213 milhões de brasileiros”.
Para os acionistas externos da Petrobras, avaliada em US$ 80 bilhões, o barulho é um lembrete indesejável de intervenções prejudiciais de políticos no passado. A ironia é que a administração parecia ter restaurado sua fortuna após um período de turbulência.
Voltando ao passado
Durante o governo do PT na década anterior, a Petrobras esteve no centro do escândalo da “lava-jato”, com bilhões de dólares desviados em um vasto esquema de corrupção. Além disso, a empresa foi levada à beira da falência depois de ser forçada a manter os preços dos combustíveis artificialmente baixos sob a ex-presidente Dilma Rousseff.
Desde então, reduziu uma enorme pilha de dívidas e está desinvestindo ativos como campos maduros e refinarias para se concentrar na exploração e produção em suas ricas reservas em águas profundas.
No entanto, se os lucros e dividendos recordes de 2021 foram a prova da reviravolta, eles causam raiva em um momento em que muitos brasileiros estão lutando. Bolsonaro classificou os lucros de “absurdos”.
Entenda os motivos
No centro das queixas está uma política de rastreamento dos mercados internacionais para as taxas domésticas de combustível. Tanto Bolsonaro quanto Lula protestaram contra a prática.
O contra-argumento é que vender com desconto sustentado não é apenas potencialmente prejudicial à Petrobras, mas também corre o risco de escassez de combustível, uma vez que o Brasil depende de importadores para preencher a lacuna de oferta.
Em essência, porém, o debate renovado resume-se à questão fundamental do que é a Petrobras. “O governo brasileiro precisa tomar uma decisão”, diz Roberto Castello Branco, cuja destituição do cargo de presidente-executivo há um ano fez com que suas ações caíssem.
“Ou nacionaliza a Petrobras e a transforma em departamento do Ministério de Minas e Energia, o que não aconselho, ou privatiza a empresa”, Em suma, poucos veem qualquer resultado como realista por enquanto.
Decisão de Bolsonaro
A gigante petrolífera estatal Petrobras sofreu mudanças pelo presidente Bolsonaro, após a empresa aumentar os preços dos combustíveis para repassar parte do aumento dos preços globais do petróleo aos consumidores. Como resultado, com menos de um ano no cargo, Joaquim Silva e Luna, foi demitido da presidência da Petrobras na segunda-feira (28/03).
Agora, com a finalização da demissão, após os rumores já mencionados, foi confirmado o novo presidente da Petrobras, Adriano Pires, atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Adriano terá a difícil missão de diminuir os preços dos combustíveis, com um salto de 33% nas últimas semanas.