A defasagem dos preços dos combustíveis comercializados pela Petrobras segue estável no país. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média do preço da gasolina no país chegou a 9% nesta sexta-feira (21), enquanto a do diesel alcançou 10%.
Isso quer dizer que a Petrobras está vendendo os combustíveis a valores mais baratos que os preços praticados internacionalmente. Em síntese, isso representa prejuízo para a estatal, que importa combustíveis mais caros, mas comercializa mais barato no Brasil.
Em números absolutos, a Petrobras teria que elevar o preço do litro da gasolina em R$ 0,33 e do diesel em R$ 0,62. Dessa forma, alcançaria a paridade internacional, ou seja, iria comercializar os combustíveis com os preços semelhantes aos praticados no exterior.
“A defasagem existe e está consistente. Então, sob uma visão técnica, sem nenhum viés político, a Petrobras deveria anunciar um reajuste”, afirmou o presidente da Abicom, Sérgio Araújo.
“Existe expectativa de manutenção e até de um possível aumento do petróleo no cenário internacional. Há algumas semanas, quando o preço internacional caiu, a Petrobras também reduziu o diesel e a gasolina”, acrescentou.
13º salário do auxílio-taxista: veja novidades sobre parcela extra
Paridade internacional dos preços
Em resumo, a Petrobras segue o mercado externo para promover reajustes nos combustíveis. Assim, as variações do barril de petróleo e as oscilações do dólar influenciam diretamente nos preços dos combustíveis no país.
Na verdade, a estatal precisa buscar a paridade internacional dos preços para viabilizar a importação de combustíveis. A saber, o país tem outros importadores, e, quando a Petrobras pratica preços abaixo do mercado, torna inviável a importação de combustíveis pelos outros importadores.
Isso acontece porque a Petrobras vende estes itens para distribuidoras e refinarias. Como os preços são menores que os praticados no mercado, a estatal acaba concentrando as vendas, e os outros distribuidores reduzem as importações, pois deixam de ser vantajosas.
Em suma, as importações respondem por cerca de 30% do combustível consumido no país. Em outras palavras, a redução das importações pode afetar diretamente a demanda do país.
Seja como for, a expectativa é que a Petrobras mantenha os preços estáveis por enquanto. De acordo com informações divulgadas pelo jornal Valor Investe, a estatal aguarda dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da China.
Como é esperada uma queda no crescimento econômico chinês, a demanda por petróleo poderá cair. Assim, não haveria necessidade de reajuste nos preços dos combustíveis.
Leia também: Consignado do Auxílio Brasil sem carência; saiba o que isso quer dizer