A Petrobras, cerca de dois meses após a mudança na política de preços, divulgou uma nota nesta segunda-feira (31) revelando quando pretende majorar o valor de seus produtos. De acordo com a estatal, a empresa “tem observado com atenção os desdobramentos do mercado internacional de petróleo e seu impacto sobre o mercado brasileiro” e, nesse sentido, apenas fará reajustes quando necessários.
“Os reajustes continuam sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, afirma a empresa. “Eventuais reajustes, quando necessários, serão realizados suportados por análises técnicas e independentes”, completa a estatal.
Até maio, a Petrobras ainda adotava a política de paridade de importação (PPI), que equipara os valores praticados nas refinarias brasileiras aos de importação, isto é, o valor do combustível no Brasil levava em conta uma série de fatores, o que incluia a cotação do dólar, custos com frete e seguros, por exemplo.
Essa política de preços começou ainda durante a gestão de Michel Temer (MDB) e perdurou ao longo de seis anos, acabando somente após o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter assumido o Executivo. Com a nova estratégia, nas últimas semanas, o valor da gasolina vendida pela estatal está pelo menos 10% abaixo do preço praticado pelos importadores.
“A companhia reitera que ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios, em razão do contínuo monitoramento dos mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, análise de preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clientes”, diz.
De acordo com a Petrobras, “o momento é de grande incerteza quanto à recuperação da economia global, o que influencia diretamente a demanda por energia, e quanto à oferta de petróleo e de combustíveis, de uma maneira geral”. “Essa combinação, no curtíssimo prazo, levou a uma elevação dos preços de referência e da volatilidade. Ao mesmo tempo, observa-se um aumento do fluxo de combustíveis oriundos da Rússia para o Brasil”, afirmou a empresa.
Assim como publicou o Brasil123, a gasolina da Petrobras está 23% mais barata do que a das refinarias privadas. De acordo com uma publicação do jornal “Folha de São Paulo”, essa diferença atingiu, em julho, atingiu o maior patamar da série histórica, iniciada em 1º de dezembro de 2021, quando foi privatizada a primeira unidade de refino estatal, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), localizada na Bahia, atual Refinaria de Mataripe.
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