As viagens no Brasil estão ficando cada vez mais caras. No dia 11 de março, a Petrobras reajustou os preços do diesel e da gasolina em 24,9% e 18,8%, respectivamente. Com isso, as empresas responsáveis por transporte rodoviário acabaram repassando os custos para o consumidor final, que sempre sofre com o encarecimento dos produtos.
Na semana passada, a estatal anunciou um novo reajuste, mas agora sobre o querosene de aviação (QAV). Em suma, o preço médio do combustível subiu cerca de 18% na última sexta-feira (1º). No acumulado do ano, o QAV já registra uma disparada de cerca de 38%, segundo a Petrobras.
Vale destacar que os reajustes promovidos pela companhia afetam os preços das refinarias. Em outras palavras, o valor para o consumidor final sempre é mais elevado devido aos custos das empresas com mão de obra, transporte, manutenção, operação, margem de lucro, entre outros fatores.
Guerra na Ucrânia pressiona custos com combustível
Seja como for, o preço médio do QAV teve um crescimento explosivo de 91,9% em 2021. Neste ano, o avanço também está bastante expressivo. E isso está acontecendo, principalmente, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem pressionando os custos com o combustível.
“Esses dados mostram como o preço do QAV é um desafio permanente para as empresas aéreas (…) antes da pandemia, transportávamos mais de 100 milhões de passageiros por ano. Agora, a guerra na Ucrânia acelerou a pressão sobre o valor do combustível, o que pode frear a retomada da operação aérea que estávamos observando a cada mês”, disse Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
Passagens ficam mais caras
Em resumo, os passageiros são os que mais sofrem. Como os conflitos no leste europeu estão pressionando a Petrobras, a estatal elevou os preços do QAV para as refinarias. Estas, por sua vez, também se viram obrigadas a elevar os preços dos combustíveis às empresas de aviação, que também irão repassar o aumento para o consumidor através de passagens mais caras.
“É inegável o impacto nos custos das companhias aéreas, em função da alta do preço do querosene da aviação (QAV) que, infelizmente, diante da imposição desse novo cenário de crise sem precedência e previsibilidade, afetará o aumento no preço das passagens”, disse a Latam.
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