A defasagem nos preços dos combustíveis comercializados pela Petrobras estava preocupando o mercado. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), levantados no início deste mês, a defasagem média dos preços da gasolina e do diesel superava 8%.
Em outras palavras, a Petrobras estava vendendo combustíveis mais baratos que os preços praticados internacionalmente. Isso representa prejuízo para a estatal, que importava combustíveis mais caros, mas comercializava mais baratos no Brasil.
Com a redução do preço do barril de petróleo, essa defasagem diminuiu significativamente. Em síntese, o risco de uma recessão global aumentou o temor entre os mercados, que passaram a comprar menos petróleo. E, com uma demanda mais fraca, os preços começaram a cair fortemente.
Em meio a esse cenário, a Petrobras promoveu um novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel no último dia 7 de dezembro. A saber, ambos ficaram mais baratos para as distribuidoras, e esta semana também alcançaram os motoristas do país.
Com isso, os últimos cálculos da Abicom revelaram que o preço do diesel está 7% abaixo da cotação internacional. Isso quer dizer que a Petrobras está vendendo o combustível mais usado no país a preços inferiores ao do exterior. Por outro lado, a gasolina está 2% acima da cotação internacional.
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Paridade internacional dos preços
Em resumo, a Petrobras segue o mercado externo para promover reajustes nos combustíveis. Assim, as variações do barril de petróleo e as oscilações do dólar influenciam diretamente nos preços dos combustíveis no país.
Na verdade, a estatal precisa buscar a paridade internacional dos preços para viabilizar a importação de combustíveis. Isso porque o país tem outros importadores, e, quando a Petrobras pratica preços abaixo do mercado, torna inviável a importação de combustíveis.
A saber, a Petrobras vende combustíveis para distribuidoras e refinarias do país. Como os preços são menores que os praticados no mercado, os compradores deixam de querer outros importadores e só escolhem a Petrobras. E esses importadores reduzem as compras de diesel, pois deixam de ser vantajosas.
Em suma, as importações respondem por cerca de 30% do diesel consumido no país. Em outras palavras, a redução das importações pode afetar diretamente a demanda do país. Por isso que a política de preços dos combustíveis da Petrobras é tão importante para o mercado nacional.
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