A defasagem nos preços dos combustíveis comercializados pela Petrobras estava preocupando o mercado. De acordo com últimos dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média dos preços da gasolina e do diesel superavam 8%.
Isso quer dizer que a Petrobras estava vendendo combustíveis mais baratos no país que os preços praticados internacionalmente. Em síntese, isso representa prejuízo para a estatal, que importa combustíveis mais caros, mas comercializa mais barato no Brasil.
A saber, esses dados foram levantados pela Abicom antes do anúncio da companhia, que reduziu novamente os preços da gasolina e do diesel nesta semana. Aliás, o reajuste acabou surpreendendo vários analistas, que apostavam em uma elevação nos preços dos combustíveis, e não em uma redução.
Com essa nova redução, a defasagem dos preços da gasolina e do diesel praticados pela Petrobras tende a crescer nos próximos dias.
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Paridade internacional dos preços
Em resumo, a Petrobras segue o mercado externo para promover reajustes nos combustíveis. Assim, as variações do barril de petróleo e as oscilações do dólar influenciam diretamente nos preços dos combustíveis no país.
Na verdade, a estatal precisa buscar a paridade internacional dos preços para viabilizar a importação de combustíveis. A saber, o país tem outros importadores, e, quando a Petrobras pratica preços abaixo do mercado, torna inviável a importação de combustíveis.
Isso acontece porque a Petrobras vende estes itens para distribuidoras e refinarias. Como os preços são menores que os praticados no mercado, a estatal acaba concentrando as vendas, e os outros distribuidores reduzem as importações, pois deixam de ser vantajosas.
Em suma, as importações respondem por cerca de 30% do combustível consumido no país. Em outras palavras, a redução das importações pode afetar diretamente a demanda do país. Por isso que nem todos comemoram a redução nos preços dos combustíveis.
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