Na noite da última segunda-feira (23), o Ministério de Minas e Energia informou que o então presidente da Petrobrás, José Mauro Ferreira Coelho, foi destituído do cargo. A escolha feita pelo presidente Jair Bolsonaro marca mais um episódio da insatisfação do chefe do Executivo com os preços da gasolina. Especialistas afirmam que isso pode ser uma manobra para as eleições.
Contudo, o que se sabe é que José Mauro Ferreira Coelho ficou menos de 40 dias no cargo. Indicado no dia 6 de abril para presidir a Petrobrás, José Mauro viu o preço da gasolina atingir o maior valor em 18 anos, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). O futuro da empresa é incerto, mas afeta a sua vida diretamente.
Ficou menos de 40 dias na Petrobrás
José Mauro Ferreira Coelho ficou menos de 40 dias no cargo de presidente da Petrobrás. Com a nítida insatisfação do presidente com os preços da gasolina, ele foi o terceiro executivo a ser demitido desde 2018. Isso porque a inflação mundial pressiona as ações do governo, que precisa segurar o aumento da gasolina.
Muito criticado por Jair Bolsonaro, José Mauro Ferreira Coelho não teve poder sobre o preço dos combustíveis. No mercado internacional, o petróleo subiu de US$100 para US$110, aproximadamente, uma alta acumulada de 10%. A justificativa segue sendo o conflito no leste europeu. Isso porque a Rússia é uma das maiores produtoras de petróleo do mundo e a organização dos países que exportam petróleo (OPEP) não se dispôs a aumentar a produção.
Com isso, há um fenômeno global de aumento de preços, principalmente na gasolina. Nos Estados Unidos e na Europa, a inflação é a maior em anos, o que também vem afetando a indústria dessas regiões.
Com a troca de presidente da Petrobrás, o mercado ainda não sabe como ficará o preço da gasolina. Contudo, fontes do jornal Valor Econômico já dão algumas pistas de como funcionará o mandato de Caio Mário Paes de Andrade, novo presidente da estatal.
Gasolina ficará mais barata?
Os investidores e gestores de fundos ainda não sabem o que acontecerá com a política de preços da Petrobrás. Isso porque, na prática, o presidente da companhia não tem muito controle sobre os preços da gasolina. Dessa forma, ele não tem o poder de diminuir o preço dos combustíveis, principalmente por conta da forma como os custos são calculados.
Contudo, o indicado pelo presidente Jair Bolsonaro já parece dar algumas pistas de como serão os reajustes. Hoje, a Petrobrás aumenta e diminui os preços da gasolina de acordo com a defasagem dos preços. Isso quer dizer que a empresa só aumenta o preço do litro quando, no mercado mundial, está bem mais caro. O mesmo acontece para a diminuição dos preços.
Agora, os bastidores mostram que o reajuste será a cada 100 dias, seja para mais, seja para menos. Porém, especialistas afirmam que isso pode gerar um descontrole sobre a quantidade de combustíveis nos postos, além de aumentar, ainda mais, a diferença de preços. Com isso, os reajustes podem ser bem mais fortes do que são atualmente, o que também atrapalha a sua vida.