A Petrobras perdeu R$ 27,3 bilhões em valor de mercado nesta sexta-feira (17). As ações da estatal derreteram em um dia marcado por reajuste dos preços dos combustíveis e fortes críticas do governo federal contra a empresa. O levantamento foi realizado pela Economatica, provedora de informações financeiras.
No dia, a Petrobras elevou em 14,25% o preço do diesel e em 5,18% o da gasolina nas refinarias do país. Os novos valores começam a valer a partir deste sábado (18) e pressionam ainda mais o governo federal, que vinha tentando evitar os reajustes dos combustíveis.
Durante o pregão, as ações da Petrobras chegaram a despencar mais de 10%. No entanto, fecharam a sessão com uma queda pouco acima de 7%. Aliás, o aumento dos preços dos combustíveis até poderia valorizar empresa, mas o temor sobre futuras interferências do governo derrubaram suas ações.
A saber, a Petrobras fechou o pregão da quinta-feira (16) valendo R$ 403 bilhões, mas seu valor encolheu para R$ 375,7 milhões na sessão de ontem.
Interferências do governo preocupam
O que mais preocupou os acionistas e investidores no dia foram as possíveis interferências do governo federal na Petrobras. Na verdade, a estatal recebeu muitas críticas do governo e de seus aliados, principalmente em relação a sua política de preços.
Em suma, a Petrobras reajusta os preços dos combustíveis de acordo com as variações do petróleo e as oscilações do dólar. Inclusive, a defasagem do diesel estava em 26%, ou seja, a estatal estava vendendo o combustível mais barato no Brasil, mas o comprava mais caro no exterior.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou na noite da quinta que vai convocar “uma reunião de líderes para discutir a política de preços da Petrobras” na próxima segunda-feira (20).
Ontem, após o anúncio dos reajustes, ele afirmou que o atual presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, deveria renunciar ao cargo “imediatamente”.
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