Os preços dos combustíveis no Brasil estão mais elevados que nunca. As constantes reclamações de categorias que dependem diretamente destes produtos pressionou o governo federal, que anunciou nesta segunda-feira (23) mais uma troca de presidentes da Petrobras.
A expectativa é que o novo presidente consiga segurar os avanços dos preços dos combustíveis no país. O problema é que a Petrobras segue o critério de paridade internacional, ou seja, promove reajustes de acordo com as cotações do barril de petróleo no mercado internacional e das variações do dólar.
A saber, essa política foi adotada pelo governo Michel Temer em 2016. Por isso, muitos especialistas afirmam que há grandes chances de a Petrobras aumentar os preços da gasolina no curto prazo. A propósito, a estatal não reajusta o combustível há mais de 70 dias, maior intervalo desde 2019.
Defasagem da gasolina chega a 8%
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os preços praticados pelas refinarias da Petrobras estão com uma defasagem média de 8% em relação à gasolina. Essa defasagem se refere aos valores de referência nos mercados internacionais registrados na segunda (23).
Em suma, a Petrobras vem segurando os preços no país. No entanto, a estatal teria que elevar o preço do litro da gasolina em R$ 0,36 para ficar em paridade com o mercado internacional, segundo a Abicom.
“Na nossa visão, a Petrobras está segurando o preço. No caso da gasolina, no ano de 2022, foram poucos dias que o preço acompanhou a paridade. Está sempre muito abaixo da paridade”, disse o presidente da associação, Sérgio Araújo.
Ele ainda afirmou que o intervalo sem reajustes é “atípico” e que a defasagem da gasolina chegou a 22% na primeira quinzena de maio. Contudo, nem mesmo diante desse cenário, a Petrobras elevou o preço do combustíveis. Seja como for, os reajustes poderão vir a qualquer momento.
O último reajuste que a Petrobras promoveu no preço da gasolina foi em 11 de março, ou seja, há 74 dias. A saber, a defasagem do combustível não está tão elevada quanto no início de maio devido à queda do dólar. Por outro lado, o preço do barril de petróleo segue acima de US$ 110. Resta aguardar por um possível reajuste nos próximos dias.
Leia Também: Prévia da inflação desacelera em maio, mas taxa anual é a maior em 18 anos