A Petrobras, apesar de ter a menor receita entre seis das maiores petroleiras do mundo com ações negociadas em bolsas de valores, ostentou o título de empresa que mais pagou dividendos aos acionistas no primeiro semestre de 2023.
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Conforme números publicados pela estatal brasileira, com receita de US$ 52,48 bilhões, a Petrobras pagou US$ 10,92 bilhões (cerca de R$ 53,5 bilhões) em dividendos referentes aos meses de janeiro a junho deste ano.
Atrás da empresa no ranking de dividendos está a Exxon Mobil, que distribuiu US$ 7,44 bilhões aos acionistas – a empresa registrou uma receita no período mais de três vezes superior à da Petrobras (US$ 169,48 bilhões).
No levantamento, publicado nesta quarta-feira (09), o vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Felipe Coutinho, afirmou que a manutenção desse nível de distribuição de dividendos é insustentável e coloca em risco o futuro da companhia.
Conforme o vice-presidente da Aepet, o levantamento mostra que a relação entre investimentos líquidos e dividendos pagos pela Petrobras no segundo trimestre de 2023 foi dez vezes superior à média das cinco grandes petroleiras analisadas.
De acordo com os dados, enquanto a empresa brasileira pagou de dividendos um montante mais de cinco vezes superior ao que realizou em investimentos líquidos, a estadunidense Exxon Mobil, por exemplo, pagou de dividendos 80% do total dos investimentos realizados. Veja a tabela:
Dividendos menores
Um cálculo revelado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) mostrou que, por conta da nova política de remuneração aos acionistas da Petrobras, houve uma redução de cerca de R$ 5 bilhões no valor dos dividendos distribuídos no segundo trimestre.
Na quinta-feira (03) passada, a empresa anunciou que pagará R$ 15 bilhões pelo resultado do período. Isso, já levando em consideração a nova política que garante aos acionistas 45% do fluxo de caixa livre, diferença entre a geração de caixa e os investimentos feitos pela companhia no trimestre – antes da modificação, havia a previsão de que o pagamento seria de 60% desse indicador.
De acordo com o Ineep, cálculos feitos pela entidade mostram que, caso a política antiga estivesse em vigor, seriam gerados dividendos de quase R$ 20 bilhões – essa queda teve um impacto grande nos rendimentos do maior acionista da estatal, o governo federal, que teria direito a R$ 5,7 bilhões na política anterior, mas acabará ficando com R$ 4,3 bilhões.
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