As pessoas com deficiência ainda enfrentam grandes barreiras para a inserção no mercado de trabalho. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, com base no ano de 2019, e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final de setembro, o relatório aponta que a taxa de participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho era de 28,3%. O índice é bem menor em comparação ao mesmo ano e para pessoas sem deficiência, onde 66,3% participavam do mercado de trabalho.
Com esses dados, o levantamento aponta que a cada 10 pessoas com deficiência que procuravam emprego, apenas três conseguiam se inserir no mercado de trabalho. No entanto, a diferença não para por aí. Em questão salarial, enquanto as pessoas sem deficiência recebiam um salário médio de R$ 2.619, as pessoas com deficiência recebiam R$ 1.639 mensais.
Pessoas com deficiência no mercado de trabalho: O que mostra a pesquisa?
Os dados da pesquisa estão apresentados na publicação “Pessoas com deficiência e as desigualdades sociais no Brasil”, do IBGE, e levou em consideração os dados da Pesquisa Nacional de Saúde. De acordo com o estudo, foram consideradas para o mercado de trabalho pessoas com 14 anos ou mais.
Quais deficiências foram consideradas na pesquisa?
Em 2019, segundo o levantamento, o Brasil tinha 17,2 milhões de pessoas com alguma deficiência, ou seja, 8,4% da população total brasileira daquele ano. Entre as deficiências consideradas estão:
- Deficiência física (membros inferiores): 7,8 milhões de pessoas;
- Deficiência visual: 7 milhões de pessoas;
- Deficiência física (membros superiores): 5,4 milhões de pessoas;
- Mais de uma deficiência: 5,3 milhões de pessoas;
- Deficiência mental: 2,5 milhões de pessoas;
- Deficiência auditiva: 2,3 milhões de pessoas.
Taxa de formalização entre as pessoas com deficiência
Outra dado que representa a dificuldade do mercado de trabalho para pessoas com deficiência é a taxa de emprego formal. Segundo a pesquisa, apenas 34,3% das pessoas com alguma deficiência, em ocupação, têm carteira assinada. Já aquelas que não possuem registro na carteira, mas ocupam algum trabalho, a taxa é de 50,9%
De acordo com o relatório do IBGE, são diversos fatores que interferem no resultado de inserção no mercado de trabalho:
“É um desafio para as pessoas com deficiência, as quais devem lidar com variados fatores adversos, como a inadaptação dos espaços em que transitam, tanto no local de trabalho, como no deslocamento, o capacitismo, entre outros.”
Diferença entre os tipos de deficiência e a inserção no mercado de trabalho
O levantamento também analisou os diferentes tipos de deficiência e a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho. O resultado foi o seguinte:
- Visual: 37%;
- Auditiva: 28%;
- Física (membros superiores): 17,9%;
- Física (membros inferiores): 16,9%;
- Mental: 5,3%;
- Mais de uma deficiência: 12,9%.
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