Dados que foram revelados no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostram que os preços da alimentação no domicílio estão perdendo força. Todavia, existem alguns produtos específicos que estão indo na contramão da tendência – um desses alimentos é o tradicional ovo de galinha.
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Segundo dados do IPCA que foram colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no período de 12 meses até junho, o alimento em questão acumulou inflação de 22,93%, o maior aumento desde julho de 2012, quando, à época, o avanço havia sido de 24,54%.
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, André Almeida, que é analista da pesquisa do IBGE, relata que este aumento no preço do ovo pode estar associado a questões como a oferta menor provocada pelo aumento dos custos de produção.
“Além disso, o consumo de ovo cresceu no Brasil, por conta da alta de preços nas proteínas concorrentes”, afirma ele, que ainda explica que, em períodos de inflação elevada nas carnes, como ocorreu nos últimos anos, o ovo costuma ser visto como um substituto mais barato de proteínas. “Quando há maior demanda pelo produto, a tendência é de pressão sobre os preços”, completa ele.
Assim como o especialista, o economista Lucas Dezordi, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), também em entrevista ao canal citado, creditou o aumento a questões como a oferta menor e o aumento dos custos de produção após a pandemia e a Guerra da Ucrânia.
No entanto, ele relata que a tendência é que os preços fiquem estabilizados ou até mesmo recuem nos próximos meses. Isso, informa o economista, por conta do recuo recente das cotações de insumos usados na produção de ovos, incluindo o milho, base da alimentação das galinhas. “Mesmo com o aumento de 22,93%, o ovo é uma proteína mais barata se comparada às carnes, principalmente a bovina. Esse aumento ainda pega muito do início do ano”, afirma o professor da PUCPR.
Hoje, o ovo faz parte da lista dos 377 subitens (bens e serviços) que compõem o IPCA. O alimento acumulou a nona maior alta de preços em 12 meses até junho, ficando atrás somente dos seguintes alimentos:
- Tangerina (52,5%);
- Inhame (46,95%);
- Filhote de peixe (40,79%);
- Farinha de mandioca (34,93%);
- Banana-maçã (32,62%);
- Batata-doce (29,6%);
- Melancia (24,9%);
- E alimento infantil (23,27%).
Apesar desses aumentos, na média, foi registrado uma desaceleração na inflação dos alimentos de 2,88% nos 12 meses até junho. Essa é a menor variação desde outubro de 2019 (2,84%).
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