O Auxílio Emergencial do Governo Federal foi “mal desenhado”. Quem está dizendo isso é um dos principais economistas especialistas em programas sociais, Ricardo Paes de Barros. Ricardo é também pesquisador do Instituto Insper.
De acordo com ele, o Governo preparou um “desenho cego” desse auxílio e criticou duramente alguns pontos da ideia. “O Auxílio beneficiou 70 milhões de pessoas, enquanto no máximo 10 milhões ou 12 milhões perderam o trabalho durante a pandemia, e o salário daqueles que não perderam o trabalho não caiu”, disse ele.
“O auxílio emergencial é um benefício grande demais, para um número de pessoas grande demais”, seguiu o economista. De acordo com ele, o suposto principal erro do Governo foi mesmo na quantidade de pessoas que receberam o benefício em 2020.
“O auxílio é hoje uma coisa que não faz nenhum sentido. Se tiver um campeonato de programa mal desenhado, o auxílio emergencial ganha disparado”, seguiu o economista. “Ele parte do princípio de que a crise é muito mais ampla do que é, e isso leva a um custo muito maior do que somos capazes de suportar”, seguiu.
A entrevista acabou tendo muita repercussão nas redes sociais. “Um rico dizendo que o problema é muito menor do que se pensa. Pra ele, que nunca passou fome, talvez não pareça mesmo ser um problema grande”, disse um internauta no Twitter.
Auxílio
Seja como for, o fato é que o Palácio do Planalto já se fechou na ideia de pagar quatro parcelas de R$250 para as famílias mais humildes. Esse valor varia para R$175 para homens que moram sozinhos e para R$375 para mulheres que morem sozinhas com os filhos.
A ideia do Governo Federal é começar os pagamentos dessa nova rodada já neste mês de março. Para isso, no entanto, eles precisam da aprovação da PEC Emergencial no Congresso. De acordo com as informações de bastidores, isso está perto de acontecer.
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