Assim que a invasão na Ucrânia começou, no último dia 24 de fevereiro, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu que aqueles que tentassem impedir o que ele chama de “operação especial” iriam enfrentar “consequências nunca vistas antes”.
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Cerca de quatro dias depois, o chefe do Executivo russo, ao assistir do Kremlin as sanções econômicas impostas por países do ocidente, ordenou que suas equipes de armas nucleares fossem colocadas em posição de alerta. “Como vocês podem ver, países do Ocidente não só tomam medidas não amistosas contra nós na dimensão econômica como tentam nos intimidar”, disse o presidente na ocasião.
“Dessa forma, comando ao ministro da Defesa para que as forças de deterrência do país estejam de prontidão”, afirmou ele. O termo deterrência significa o ato de impedir um ataque provocando um dano ao agressor. Isso, utilizando armas que incluem as nucleares.
Hoje, a Rússia é o país que conta com o maior número de ogivas nucleares, são mais de seis mil, o que faz que o mundo passe, segundo Vitélio Brustolin, professor da Universidade Federal Fluminense e pesquisador Harvard, pela situação mais perigosa desde 1962, quando aconteceu a Crise dos Mísseis que envolveu a União Soviética, Cuba e os EUA.
Segundo o pesquisador, a redução do arsenal global de bombas não tem muito efeito na prática, pois, hoje, essas armas estão milhares de vezes mais poderosas do que as lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.
Guerra de armas nucleares é improvável
Apesar desse “medo”, para Vitélio Brustolin, uma guerra nuclear é algo “completamente improvável”. Isso porque, para ele, a decisão de Vladimir Putin de ordenar que suas equipes de armas nucleares fossem colocadas em alerta tem apenas o intuito de desestabilizar os países do ocidente.
Segundo o especialista, Vladimir Putin “não executará uma ameaça que representaria a destruição total da Rússia”. “De acordo com ele, isso é apenas uma mensagem”, mas “não quer dizer que ele vá fazer, pois ele e os estrategistas sabem que existe a possibilidade de a Rússia ser destruída no processo”.
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